MONTEVIDÉU - O cruzeiro australiano Greg Mortimer, com mais de 100 casos de coronavírus a bordo, atracou nesta sexta-feira, 10, no porto de Montevidéu e iniciou a retirada dos passageiros que embarcarão em um avião médico com destino a Melbourne.
Cerca de 110 australianos e neozelandeses estão sendo retirados do navio ancorado em águas uruguaias por duas semanas com mais de 200 pessoas a bordo. Ao todo, 128 pessoas deram positivo para coronavírus, segundo o proprietário do navio.
De acordo com o cronograma da operação divulgada pelo governo uruguaio, os passageiros seriam levados de ônibus para o Aeroporto Internacional de Carrasco com uma forte escolta policial.
Uma vez no terminal aéreo, subiriam direto em um Airbus A340 com uma equipe médica à bordo que chegou a Montevidéu nesta manhã. O avião está programado para partir para a Austrália na madrugada deste sábado.
A operação de retirada seria realizada "sob rigorosas medidas sanitárias", para que os passageiros não passassem pelas áreas da imigração nem tocassem em bagagem.
"O contato humano é praticamente nulo", anunciou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Talvi. "Para o Uruguai, oferecer ajuda humanitária nunca foi uma opção, mas sim um imperativo ético."
O governo uruguaio considera que todos os que estão no navio de cruzeiro estão contaminados pela covid-19.
O avião foi organizado por áreas de risco, "com passageiros sentados de acordo com os resultados dos testes e o nível de atendimento necessário", afirmou a companhia de navegação australiana Aurora Expeditions, proprietária do navio, em comunicado divulgado na sexta-feira.
Após a retirada dos australianos e neozelandeses, os mais de 80 tripulantes e cerca de 20 passageiros americanos e europeus vão ficar no navio.
A empresa de transporte informou que está trabalhando em opções de voos charter para poder retornar todos para suas casas.
O cruzeiro Greg Mortimer deixou Ushuaia (Argentina) rumo às Ilhas Canárias espanholas e chegou a Montevidéu quando um de seus ocupantes, o primeiro a ser retirado em 31 de março, teve problemas respiratórios associados ao coronavírus.
O Uruguai está em emergência de saúde desde 13 de março, quando foram divulgados os quatro primeiros resultados positivos para a covid-19, embora não haja quarentena obrigatória no país. /AFP e EFE