Cuba denuncia suposto complô internacional para silenciar venezuelanos

Em comunicado, governo da ilha acusa EUA de dirigirem 'operação internacional bem orquestrada' para 'submeter o povo a uma oposição manipulada' e elogia reforma da Constituição promovida por Nicolás Maduro

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HAVANA - Cuba elogiou a eleição de uma Assembleia Constituinte na Venezuela e denunciou o que chamou de complô internacional para silenciar a vontade do povo venezuelano, após sanções impostas pelos Estados Unidos ao aliado-chave do regime cubano. "Cuba denuncia o desencadear de uma operação internacional bem orquestrada, dirigida em Washington... para silenciar a voz do povo venezuelano", disse o governo em um comunicado publicado pela mídia estatal na segunda-feira.

O governo dos EUA impôs sanções ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em reação à eleição de domingo, que classificou como uma "fraude". Outros países como Espanha, Canadá, Argentina e Peru se uniram a Washington na condenação da votação, que foi boicotada pela oposição e vista por muitos como uma afronta à democracia.

Os presidentes de Venezuela e Cuba, Nicolás Maduro e Raúl Castro, durante evento em Havana; ilha comunista acusou EUA de lideraremcomplô internacional contra o povo venezuelano Foto: Alejandro Ernesto/EFE

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"Conhecemos bem estas práticas intervencionistas", afirmou o governo cubano. Os EUA impuseram um embargo econômico devastador à ilha caribenha após sua revolução de 1959, que Havana diz ter lhe custado mais de US$ 100 bilhões.

"Eles acham que conseguirão submeter o povo a uma oposição manipulada que financiaram", disse o comunicado de Havana.

Cuba disse que só o povo venezuelano pode decidir como superar seus problemas e reiterou sua solidariedade com este e seu governo.

Venezuela e Cuba se tornaram aliados próximos no final dos anos 1990 sob as lideranças respectivas de Fidel Castro e seu discípulo mais jovem, Hugo Chávez, ambos já falecidos.

Sua relação pessoal e política resultou em uma grande ajuda da Venezuela à ilha e em uma estratégia comum para promover a união latino-americana contra a influência dos EUA na região. / REUTERS

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