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Cuba e EUA trocam prisioneiros e preparam retomada de relações

Segundo a Casa Branca, presidente anunciará maior mudança em relação a Cuba desde 1961; Raúl também discursará em Havana

Por Claudia Trevisan
Atualização:
Americano Alan Gross foi libertado em Cuba hoje Foto: Efe

] (Atualizada às 12h52) WASHINGTON -O governo cubano libertou na manhã de hoje o americano Alan Gross, que estava preso havia cinco anos na ilha, abrindo caminho para a mais ampla mudança na relação entre os dois países desde a imposição do embargo econômico em 1961. Depois de um rompimento de meio século, Washington e Havana decidiram preparar a retomada das relações diplomáticas, o que levará à abertura de embaixada americana em Cuba.

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Em troca, os EUA libertaram três espiões cubanos condenados em 2001. O presidente Barack Obama fará um pronunciamento às 12h (15h, horário de Brasília) para anunciar as mudanças. As medidas devem ter caráter regulatório e diplomático e não devem afetar o embargo, que só pode ser suspenso por decisão do Congresso. 

“Nós estamos navegando um novo curso em relação à Cuba”, disse um integrante do governo à CNN. “O presidente concluiu que é o momento certo para se tentar uma nova abordagem, tanto em razão do início de mudanças em Cuba quanto pelos problemas que isso causa para nossa política regional.”

Os países da América Latina são unânimes em condenar o embargo à Cuba, o que deixou os EUA isolados nessa questão. O país foi convidado a participar da próxima Cúpula das Américas, que será realizada no Panamá em abril, o que colocou em dúvida a presença de Obama no encontro.

Integrantes de sua administração falam abertamente que o embargo econômico é improdutivo e não surtiu o efeito desejado de provocar mudanças democráticas na ilha. Mas a prisão de Gross e a recusa do governo Raúl Castro de libertá-lo impedia que Washington atuasse de maneira mais agressiva para mudança de sua política. 

Gross, um agente da Agência Americana para Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês), foi preso por tentar implementar um serviço de conexão de internet clandestina na ilha. 

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