Cuba nega renovação de credenciais de três correspondentes

Jornalistas serão banidos por produzirem conteúdo que não agrada governo do país

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Por Agencia Estado
Atualização:

Autoridades da imprensa cubana disseram que correspondentes do Chicago Tribune, da BBC e do maior jornal do México não terão suas credenciais renovadas e não poderão mais enviar material da ilha. O Chicago Tribune disse que seu correspondente Gary Marx, fixado em Cuba desde 2002, ouviu na última quarta-feira que suas matérias eram muito negativas. Suas credenciais não foram renovadas durante o processo anual, e deram 90 dias para que ele e sua família saíssem de cuba. O jornal mexicano El Universal disse que Cesar Gonzalez Calero, repórter em Havana desde 2003, recebeu a notícia nessa semana de que suas credenciais não seriam renovadas. Autoridades lhe disseram que o material que produzia "não era o mais conveniente para o governo cubano", disse o repórter, acrescentando que ele poderia ficar em Cuba como marido de uma jornalista espanhola. A BBC estava "falando com autoridades em Havana sobre o status de seu correspondente cubano após sua autorização também ser recolhida", disse a porta-voz Karen Rosine nessa sexta-feira em Londres. Sem mencionar o nome do correspondente Stephen Gibbs, Rosine disse que ele "permanece em Cuba, esperando a resolução dessas discussões". Jose Luis Ponce, diretor do Centro de Imprensa Internacional de Cuba, disse na sexta-feira que o governo não teria comentários imediatos sobre a situação dos correspondentes. O Chicago Tribune disse que autoridades cubanas não fecharam o escritório e disseram a Marx que aceitariam trabalho de outro correspondente. O vice-presidente do El Universal, Roberto Rock, entitulou a atitude de Havana como "expulsão técnica" de seu repórter e disse que o jornal fixará um protesto oficial. O Comitê de Proteção aos Jornalistas, situado em Nova York, expressou sua preocupação sobre os fatos. "Estamos desmoralizados pela decisão do governo cubano de efetivamente banir jornalistas respeitados de seus empregos ao não renovar as credenciais", disse Carlos Lauria, coordenador do programa do grupo na América.

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