Cuba rejeita visita de delegado da ONU

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Por Agencia Estado
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São "vãs" as ilusões daqueles que pensam que Cuba permitirá a visita à ilha de um representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, afirmou hoje o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque. O ministro disse que carecem de qualquer oportunidade de êxito iniciativas como uma recente proposta de referendo promovida por ativistas e dissidentes na ilha. Foi a primeira referência publica de um funcionário cubano sobre o chamado "Projeto Varela", com o qual ativistas buscam a realização de um referendo sobre uma série de mudanças no país. Os promotores do referendo estão revisando atualmente a autenticidade de 10.000 assinaturas já colhidas para entregá-las à Assembléia Nacional (o Parlamento do país). "São vãs as ilusões dos que acham que Cuba permitirá que entrem aqui, nestas condições, um inspetor a serviço do governo dos EUA", disse o chanceler, referindo-se à possível aprovação de um projeto na Comissão de Direitos Humanos da ONU, que abriu as sessões em Genebra, e que sugere o envio de um representante a Cuba para observar a situação dos direitos humanos. Semelhante visita seria uma "farsa", acrescentou o ministro falando na sede da Chancelaria. Na quarta-feira, o governo do Uruguai, com o apoio de nove países da região, apresentou - a pedido dos EUA - perante a comissão em Genebra um projeto sobre Cuba que incluiria o envio de um observador. Havana assegura que o texto desse projeto não foi elaborado por nações latino-americanas e, sim, pelo Departamento de Estado, e criticou os governos latino-americanos por participarem do que Cuba considera um "vergonhoso exercício". É a primeira vez que um projeto sobre a ilha é apresentado na comissão em Genebra por um país da América Latina mas Pérez Roque assegurou que "não acredita que a presença de países latino-americanos mude a essência deste exercício contra Cuba" porque, segundo diz, na realidade toda a iniciativa partiu dos EUA.

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