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Cuba revela cartas de espiões

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo de Havana, enfurecido pelo que chama de "uma repugnante injustiça", divulgou nesta sexta-feira várias cartas e um poema, afirmando que foram escritos na prisão por dois dos cinco agentes cubanos condenados em Miami por espionagem. O governo de Fidel Castro afirma que os cinco detidos, que chama de "patriotas", recolhiam informações sobre grupos anticastristas de Miami, e não sobre o governo nem as forças armadas dos Estados Unidos. Castro afirmou que seu governo tem o legítimo direito de impedir e de se defender de "atos terroristas" que são atribuídos aos grupos anticastristas. "Em contraposição a essa imagem decadente e suicida", diz uma nota publicada nesta sexta no jornal Granma, "as cartas dos agentes deixavam clara a imensidade da denúncia que estamos fazendo ao mundo. Demasiada alma e convicção desses jovens para serem considerados como criminosos vulgares." O jornal, que é o órgão oficial do Partido Comunista de Cuba, reproduziu o texto parcial de duas cartas, enviadas em janeiro e fevereiro desde ano, que segundo afirmam foram as primeiras que os detidos puderam enviar a seus pais. Em um dos textos, Gerardo Hernández, que é apontado nos EUA como chefe da rede de espiões, conta as condições do centro de detenção no qual esteve em uma ala de segurança máxima por 17 meses, antes de ser transferido para outro setor da prisão federal de Miami. O Granma também mostrou uma carta do poeta Ramón Labañino, outro dos condenados, que narra detalhes da detenção do grupo em 12 de setembro de 1998 em suas residências de Miami. Depois de um julgamento de seis meses, um jurado de Miami declarou, em 8 de junho de 1999, os cinco agentes culpados de espionagem. O principal membro do grupo encarcerado, Gerardo Hernández, enfrenta uma possível pena de prisão perpétua, por seu papel em um ataque de MiGs cubanos contra avionetas norte-americanas, no qual morreram quatro norte-americanos. Segundo a decisão, Hernández colaborou com a morte de quatro membros do grupo Hermanos al Rescate, uma organização cubano-norte-americana. Os cinco agentes, detidos e acusados em 1998, foram declarados culpados de operar como agentes estrangeiros sem informar o governo norte-americano e de conspirar com esse fim.

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