PUBLICIDADE

Cubano acusado de espionagem é condenado à prisão perpétua

Por Agencia Estado
Atualização:

A Justiça dos EUA condenou nesta quarta-feira à prisão perpétua o cubano Germano Hernández, acusado de chefiar uma rede de espionagem cubana em Miami. Hernández, de 36 anos, foi considerado culpado de tentar infiltrar-se em bases militares norte-americanas e de avisar com antecedência sobre um ataque aéreo em que morreram quatro pilotos cubano-americanos. Um ataque com aviões MiG da Força Aérea cubana derrubou os aviões civis dos EUA pilotados pelos cubano-americanos sobre o estreito da Flórida, no espaço aéreo próximo a Cuba, em 1996. Outros dois cubanos - Fernando González e René González, que não têm grau de parentesco - também foram considerados por um tribunal federal culpados de conspiração por espionagem, devido às tentativas de penetrar nas bases norte-americanas, embora os agentes nunca tenham obtido informações militares confidenciais. Eles foram condenados a 15 anos de prisão. Momentos antes de o tribunal promulgar a sentença, o acusado - um graduado membro do serviço de inteligência cubano que assumiu a direção da rede de espionagem em 1994 - denunciou o julgamento como um "espetáculo propagandístico" e atribuiu o fato de ter sido processado ao poder político da comunidade de exilados cubanos em Miami. "(O discurso) tirou um peso de cima de mim, e me sinto muito bem", disse Hernández ao advogado após fazer um pronunciamento de 20 minutos em espanhol diante da juíza do distrito, Joan Lenard. No discurso, Hernández disse que o veredicto de culpabilidade ficou garantido desde o momento em que a juíza se recusou a transferir o julgamento de Miami para outra localidade, e disse que grande parte do caso apresentado pela promotoria se baseava em conjecturas a respeito de o quê os espiões planejavam fazer no futuro e em distorções do significado de suas mensagens em código. Mais dois agentes do grupo de cinco cubanos acusados de espionagem, Ramón Labanino e Antonio Guerrero, poderão ser condenados à prisão perpétua. Um dos espiões conseguiu trabalho como trabalhador braçal na base naval aérea de Cayo Hueso durante seis anos, e outro recebeu instruções para solicitar emprego no Comando Sul do Exército norte-americano. O Comando sul, que está baseado em Miami, coordena as missões militares dos EUA na América Latina e Caribe.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.