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Cubanos saúdam redução das restrições

População festeja permissão dos EUA para visitas anuais de parentes

Por AP e REUTERS E AFP
Atualização:

O anúncio de que os EUA reduziram as restrições às viagens de cubano-americanos a Cuba foi recebido com entusiasmo pela população da ilha."Agora verei meus parentes com mais frequência", disse Adriana Sánchez, funcionária de um hotel em Havana. "Muitas famílias serão beneficiadas." A medida foi aprovada na terça-feira pelo Congresso americano e sancionada ontem pelo presidente Barack Obama. Ela permite que os cubano-americanos com "parentes próximos" em Cuba visitem a ilha uma vez por ano e não só uma vez a cada três anos, como estabelecia a legislação assinada pelo ex-presidente George W. Bush. Também aumenta o limite para os gastos desses visitantes para US$ 170 por dia (até agora o permitido era US$ 50) e amplia a definição do conceito de"parentes próximos"- que passa a incluir, além de pais, avós, irmãos e filhos, também tios, primos e sobrinhos. A expectativa dos cubanos é que a mudança não só seja um alívio para famílias divididas entre EUA e Cuba, mas ajude a reativar o turismo e a economia da ilha. "As vendas caíram muito desde que Bush aumentou as restrições. Agora, haverá mais dinheiro circulando por aqui", disse Enrique Martín, vendedor de quadros em Havana. "Estamos esperando um bom fluxo de visitantes dos EUA", revelou uma fonte da agência estatal Havanatur Celimar, que não quis se identificar. "Até foram concluídas as obras para a ampliação da aduana e do Terminal 2 do aeroporto (onde chegam voos da Flórida)." Até a noite de ontem, a imprensa oficial - a única que existe em Cuba - não havia publicado nenhuma linha sobre a mudança. Mesmo assim, boa parte dos cubanos se informou sobre a novidade em conversas telefônicas com parentes nos EUA, bate-papos com vizinhos ou por meio de TVs a cabo, cujo sinal é captado por meio de instalações clandestinas. Para o ex-comandante Eloy Gutiérrez Menoyo, líder do grupo Mudança Cubana (ilegal, mas tolerado pelo governo) a aprovação da medida é "uma mensagem muito clara (do governo dos EUA) para a ilha". "Sem dúvida, ela agrada aos cubanos que votaram em Obama na Flórida, mas também abre oportunidades para Cuba", disse Menoyo. Como quem cuida da questão das restrições à ilha é o Tesouro americano, o projeto sobre a redução das exigências em relação às viagens foi incluído na lei de orçamento para 12 agências governamentais. O mesmo projeto também estabelece outra mudança: agora, Havana não precisará mais pagar adiantado por remédios e alimentos comprados dos EUA

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