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Cúpula da UE acentua divisão sobre futuro do bloco

Em encontro não se chegou a um consenso sobre a futura entrada de novos membros no bloco nem sobre como relançar a Constituição Européia

Por Agencia Estado
Atualização:

A União Européia (UE) encerrou nesta sexta-feira, 15, uma reunião de cúpula de dois dias em que ficou clara a divisão sobre o futuro do bloco. No encontro, não houve consenso sobre a futura entrada de novos membros no bloco - que, com a entrada de Bulgária e Romênia em janeiro terá 27 países - nem sobre como relançar a Constituição Européia, rejeitada em plebiscitos por França e Holanda. "Houve um clima muito bom para resolver certas questões", garantiu a chanceler alemã, Angela Merkel. Apesar disso, ela não quis prometer grandes avanços para os seis meses em que seu país liderará o bloco (a partir de 1º de janeiro). "Recomendaria a todos que não nos pressionem muito", disse Merkel. O impasse constitucional e o processo de ampliação do grupo são duas questões ligadas. A percepção de que houve um crescimento muito brusco do bloco - com a entrada de dez novos países em 2004 e a previsão de mais dois para 2007 - influiu no voto negativo de franceses e holandeses. O presidente da Comissão Européia (órgão executivo do bloco), José Manuel Durão Barroso, disse que é preciso conciliar as posturas dos países que desejam prosseguir com a ampliação e dos que preferem antes disso uma reforma institucional, conforme prevê a Constituição. A reunião terminada nesta sexta também confirmou a paralisação parcial do processo de adesão de Turquia à UE. O país não aceita abrir seu comércio com o Chipre, membro da UE com o qual tem disputas históricas. O Estado turco somente reconhece a minoria turca que vive no país, não o governo reconhecido internacionalmente. No comunicado de encerramento da cúpula, os membros da UE expressaram "profunda preocupação" com Darfur, instável região do Sudão que vive uma crise humanitária. Não foi sugerida, porém, nenhuma punição para o governo sudanês, que se opõe ao envio de tropas para o local, em que mais de 200 mil pessoas morreram e 2,5 milhões fugiram de suas casas por causa do conflito entre o Exército e milícias. Mais de 250 trabalhadores humanitários foram retirados da região nas últimas semanas, o que deve piorar ainda mais a situação.

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