Cúpula defende solução efetiva para dívida externa

Esta é a última reunião Ibero-americana de que o presidente Fernando Henrique Cardoso participa e espera-se, para hoje, uma homenagem a ele.

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Por Agencia Estado
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Dois dias depois de a Argentina ter comunicado ao Banco Mundial (Bird), que não pagaria uma parcela de US$ 805 milhões da dívida do País com o organismo, os chefes de Estado e de governo que participam da XII Cúpula Ibero-Americana vão assinar, hoje, um documento defendendo ?uma solução efetiva, justa e duradoura da questão da dívida externa que afeta muitas das economias da região?. No documento, os presidentes vão enfatizar ainda ?a necessidade de aprofundar os esforços internacionais para que os países com problemas de cumprimento do serviço da dívida recuperem, no mais breve espaço de tempo possível, sua solvência econômica e sua capacidade para alcançar o necessário financiamento nos mercados financeiros internacionais?. Os representantes dos 21 países que participam da Cúpula vão exortar ainda as principais instituições financeiras, tais como Fundo Monetário Internacional (FMI), o Bird e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), conjuntamente com os governos, ?a intensificarem as tarefas de prevenção e resolução das crises financeiras que atravessam determinadas economias ibero-americanas, e avaliar com os países afetados fórmulas para aliviar cargas insustentáveis da dívida, considerando-se as realidades e necessidades de cada país?. As dificuldades enfrentadas pela Argentina foram um dos assuntos paralelos da cúpula nesta sexta-feira, quando Eduardo Duhalde explicou aos demais presidentes as dificuldades que estão sendo enfrentadas por seu País e que o levam a suspender o pagamento de parte da dívida do Bird. Esta é a última reunião Ibero-americana de que o presidente Fernando Henrique Cardoso participa e espera-se, para hoje, uma homenagem a ele. Ontem, em entrevista, Fernando Henrique explicou que encontros como estes não precisam ter resultados práticos porque, muitos destes resultados são políticos. Ele lembrou que, quando se precisa de um voto nas Nações Unidas sobre alguma coisa mais importante, aproveitam-se reuniões como estas para defender pontos de vista. Mas o presidente acha também que estas reuniões deveriam ser mais espaçadas, sem especificar qual o período ideal. Pelo segundo ano consecutivo, o presidente de Cuba, Fidel Castro, não compareceu ao encontro. Depois da abertura oficial, os 21 presidentes e representantes dos países ibero-americanos assistiram a um show típico da República Dominicana e participaram de um jantar. Este sábado, às 8h30, horário local, o presidente Fernando Henrique recebe, em nome do Brasil, um prêmio ibero-americano de qualidade. Às nove horas, será realizada a primeira reunião plenária e às 11h30, a segunda e última. A foto oficial dos presidentes está marcada para às 13h20 e, às 13h30, o presidente Hipólito Mejia, da República Dominicana, oferece um almoço aos presidentes. A volta do presidente para Brasília está sendo antecipada para pouco depois das 15 horas. No comunicado conjunto, os presidente vão defender ainda o fortalecimento do sistema democrático como forma de assegurar a governabilidade, combaterão o terrorismo e o tráfico ilícito de drogas, defenderão o meio ambiente e busca do desenvolvimento sustentável. O documento defende também a liberdade dos mercados e comércios mundiais.

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