30 de junho de 2012 | 03h04
Ao Estado, diplomatas admitiram que um dos principais impasses era a presença de Assad nesse governo de transição. Ontem, em Paris, o Conselho Nacional Sírio alertou que aceita o novo plano, desde que Assad não faça parte da coalizão. Moscou, porém, já vetou qualquer plano que inclua a mudança de regime.
Para salvar a cúpula, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, reuniu-se ontem com o chanceler russo, Sergei Lavrov, que se limitou a dizer que os dois países estavam de acordo com "a maioria dos pontos" do plano de Annan. A realidade na mesa de negociação, contudo, era diferente. Pelo projeto, o governo de união nacional exclui atores que "minariam a credibilidade da transição e a reconciliação" - o que exclui Assad.
Moscou apresentou ontem um novo texto, que não afasta Assad e deixa a transição nas mãos dos sírios. Para os russos, nenhuma solução pode ser imposta aos sírios - ideia apoiada pela China. EUA, Grã-Bretanha e França rejeitaram o projeto.
Países árabes tentaram ontem pressionar Moscou. "A fase de negociação acabou. Agora, só uma decisão política salva o projeto", disse um diplomata, ao deixar a reunião. Ontem, a Turquia afirmou que tropas sírias se aproximaram da fronteira, um dia depois de Ancara enviar reforços para a região - 2,5 mil soldados sírios, com 170 tanques, estariam próximos à fronteira.
Ontem, Assad lançou uma ofensiva contra o bairro de Duma, em Damasco, que foi fortemente bombardeado. A oposição acusou o governo de mais um massacre. Nos últimos dez dias, as mortes teriam superado mil. Ontem, só em Duma, foram 60 mortos. Em todo o país, 180 pessoas morreram ontem.
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