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Curdos fogem do EI na Síria e agravam crise na Turquia

Cerco em cidade fronteiriça levou maisde 150 mil curdos síriosa buscar refúgio no país vizinho em uma semana

Por KARACA e TURQUIA
Atualização:

O avanço dos militantes do Estado Islâmico (EI) na Síria, com cerco a vilarejos e decapitações de moradores da cidade fronteiriça de Kobani, levou mais de 150 mil curdos sírios a fugir para a Turquia na última semana, agravando a crise de refugiados no país vizinho. A Turquia estima que em seu território haja cerca de 1,5 milhão de refugiados da guerra civil síria, que dura três anos e meio. O governo de Ancara tem pressionado os Estados Unidos e seus aliados a criar um "porto seguro" para essas pessoas dentro do território sírio. Delimitar essa área, porém, implicaria a criação de uma zona de exclusão aérea, monitorada por caças estrangeiros. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, até agora relutante em se comprometer com um papel militar atuante na campanha liderada pelos EUA contra o EI, disse que soldados curdos poderiam ser usados como um apoio para estabelecer essa zona de exclusão. Bombardeios dos EUA têm atingido alvos do Estado Islâmico na cidade de Raqqa - declarada a 'capital do califado' pelo EI - a cerca de 140 km ao sul de Kobani, também conhecido como Ayn al-Arab. No sábado, ataques aéreos também atingiram áreas ao leste da cidade. Mas a artilharia pesada dos insurgentes sunitas parece estar, gradualmente, forçando os combatentes curdos a recuar em torno de Kobani, aumentando os temores de que a cidade possa cair sob o controle dos jihadistas. Organizações turcas alertaram que essas dezenas de milhares de refugiados podem ter de ficar na Turquia por um longo período. "Temos visto isso em outros pontos ao longo da fronteira. Ainda que não haja mais combates, as pessoas continuam na Turquia", declarou Umit Alga, que comanda uma ONG de apoio a refugiados na cidade de Suruc. "Acho que acontecerá o mesmo aqui, eles nunca sabem quando (o Estado Islâmico) pode voltar."A ONU estima que mais de 400 mil pessoas podem deixar Kobani para entrar na Turquia, no maior fluxo de refugiados na guerra síria. / REUTERS

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