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Custo com indenizações nos EUA pode superar US$ 20 bi

Por Agencia Estado
Atualização:

Os ataques contra o World Trade Center e o Pentágono poderão custar as companhias de seguro mais de US$ 20 bilhões, partindo a rentabilidade e até mesmo enfraquecendo fatalmente algumas companhias de resseguros, disseram analistas e participantes do setor. Ainda não está claro quanto do total do prejuízo e outras indenizações relacionadas com os ataques será coberto pelas apólices de seguros. Seguradoras e clientes poderão enfrentar uma batalha sobre os termos e textos de suas apólices. "A principal questão para a indústria de seguros é se as ações terroristas são cobertas pelos seguros", disseram analistas do WestLB Panmure em nota distribuída a clientes. "O estado americano se tornaria financeiramente responsável se um estado de emergência for declarado, como ocorreu ontem em Washington DC", disseram os analistas. "Se um estado de emergência não for declarado, um direito de recurso contra o estado ainda existirá, uma vez que o estado é responsável pela segurança aérea inadequada, tanto no ar como na terra", disseram analistas, observando que a questão de fato terá de ser disputada nos tribunais e poderá levar anos para se resolver. Bob Yates, chefe da European Insurance Research, disse que a questão é clara, embora ele tivesse menos certeza sobre qual será o custo final que as seguradoras terão. "Achamos que o terrorismo é coberto normalmente", disse Yates. "Minha avaliação é que o custo total será maior do que as tempestades européias" de 1999, devido à interrupção dos negócios e a cobertura de seguros de vida. Ele disse que as tempestades européias de 1999 tiveram um custo de 14 bilhões de euros (US$ 12,7 bilhões). Embora leve algum tempo para somar os custos dos prejuízos, já está claro que os ataques de ontem vão abocanhar uma grande fatia dos lucros das seguradoras e que as companhias de resseguros serão as mais atingidas. "As companhias de resseguros, no final, irão arcar com grande parte dos custos, com as empresas domésticas dos EUA e das Bermudas tendo até agora as maiores exposições", disse Nick Johnson, que acompanhas as companhias no mercado de seguros do Lloyds de Londres para a Numis Securities. Ele disse que espera "ver múltiplas falências de companhias de resseguros, que terão efeito dominó devastador", disse, acrescentando que ainda é cedo para dizer quem irá cair. Yates disse que o custo da tragédia para o setor vai superar facilmente os US$ 20 bilhões do furacão Andrew de 1992. Nos últimos anos, um número cada vez maior de companhias tem excluído de suas apólices itens referentes a atos de terrorismo. Alguns observadores prevêem que, depois do ataque de ontem nos EUA, muitas companhias de seguros passarão a recusar apólices com risco para terrorismo, ou vão oferecer apenas pagamentos limitados, e que a responsabilidade recaia sobre os governos. As informações são da Dow Jones, em reportagem de Catherine Taylor.

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