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Custo da guerra é de US$ 8 milhões por dia

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A guerra de Gaza custa cerca de US$ 8 milhões por dia aos cofres de Israel. Em pouco mais de duas semanas, as despesas chegam a US$ 130 milhões. E esse é apenas o preço das operações militares - sem contar as perdas indiretas, representadas pela interrupção da produção industrial, a redução da atividade do comércio e o colapso no turismo ou o aumento da inflação e do desemprego. A avaliação, do boletim de conjuntura da Bolsa de Valores de de Tel-Aviv, não surpreendeu Ariel, nome fictício de um oficial de média patente da reserva israelense, que vive no Brasil. Ex-integrante das forças especiais, veterano da campanha no sul do Líbano em 2006, ele é especialista em gestão empresarial e concorda com o valor da conta do conflito. Para ele, o governo de Israel pode manter esse ritmo por mais duas semanas, em regime de contenção, ou mesmo por mais um mês, nesse caso sob condições de exceção, previstas em lei, semelhantes às vigentes no estado de sítio. Uma hora de voo de caça em condições de ataque - só o voo, sem contar as bombas inteligentes e mísseis que podem custar até US$ 1,5 milhão - não sai por menos de US$ 5 mil. A estimativa é de que a aviação israelense tenha mobilizado cerca de 60 supersônicos F-16 Block 60 e F-15D, responsáveis por cerca de 120 saídas de combate. Além dessa força, destaca Ariel, devem ser considerados os cerca de 30 helicópteros Apache e Cobra, encarregados da cobertura de ponto. Em terra, a fatura do deslocamento de tanques Merkava de 65 toneladas e dos blindados usados para o transporte de tropas é variável, "mas um tiro de munição especial de 120 mm perfurante não sai por menos de US$ 2,5 mil". Os soldados dos grupos especiais de onde saiu Ariel são recrutados por indicação, observação dos comandantes e líderes ou por tradição familiar. Os três irmãos Netanyahu - Benjamin, ex-premiê, candidato às eleições de fevereiro; Jonathan, morto no resgate dos reféns em Entebbe, e Iddo, todos pessoas públicas - serviram na unidade Sayeret Matkal. "São as equipes em missão de ponta nessa fase da luta." Cada integrante passa por 16 a 20 meses de duro treinamento e pode permanecer em campo por tempo indefinido. Mas o preço é alto. Treino, manutenção e equipamento não saem por menos de US$ 250 mil ao ano. Ariel não está em Gaza por causa de uma complexa cirurgia que passou, da qual ainda não se recuperou totalmente.

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