CVM venezuelano autoriza governo a seguir com estatizações

Chávez busca assumir o controle de setores ´estratégicos´ da economia, como a produção de petróleo, a geração de energia, as telecomunicações e a saúde

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Comissão de Valores Mobiliários da Venezuela autorizou nesta quarta-feira, 4, o governo do país a seguir adiante com sua oferta pela totalidade das ações da telefônica CANTV e da energética EDC. Na última sexta-feira, 30, a Venezuela fez oferta de compra de ações da C.A. Nacional de Televisão da Venezuela (CANTV) com a expectativa de criar uma joint venture de maioria estatal com a maior companhia telefônica do país. O governo espera controlar em torno de 60% a 70% das ações da empresa. Em fevereiro, o governo passou a controlar 28,5% das ações do grupo Verizon Communications em uma negociação de US$ 572 milhões. Na área de energia elétrica, o alvo foi a empresa Eletricidade de Caracas (EDC), controlada pela americana AES Corporation, especializada na produção e distribuição do setor. Também em fevereiro, o grupo assinou acordo com o governo Chávez, com a venda de sua parcela de 82% no negócio por aproximadamente US$ 739 milhões e abriu caminho para a nacionalização. Estatização Assim que foi eleito pela terceira vez, em dezembro do ano passado, o presidente Hugo Chávez anunciou a nacionalização de diferentes setores, dentro do que chamou de "socialismo do século 21". Chávez está assumindo o controle de setores da economia que considera estratégicos, como projetos de petróleo e usinas de energia, além do setor de comunicação. A Petróleo de Venezuela S.A. (PDVSA), segundo o presidente, controlará a maior parte das transnacionais de petróleo como Exxon Movil e Chevron, dos Estados Unidos, da francesa Total e da britânica British Petroleum. Nem o setor de saúde parece escapar dos planos de Chávez. Na última segunda, o próprio presidente ameaçou nacionalizar também clínicas privadas e hospitais que abusem do preço dos tratamentos. Ele afirmou que se as clínicas privadas continuarem "saqueando" a classe alta e média de seu país, ele deverá regular preços do setor e ameaçou nacionalizar a empresa que não cumprir a regulação.

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