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Dalai-lama elogia democracia para Taiwan

Em viagem criticada pela China, líder tibetano visita a ilha para consolar famílias das vítimas do tufão Morakot

Atualização:

 O líder religioso tibetano dalai-lama afirmou nesta segunda-feira, 31, que Taiwan deve ter relações "muito próximas e singulares" com a China, mas também garantir a sua democracia. Ele ainda negou as acusações de Pequim de que seria partidário do separatismo político e louvou a liberdade de Taiwan, onde está em visita de cinco dias para consolar e rezar pelas vítimas do tufão Morakot, que matou mais de 670 pessoas.

 

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O governo chinês tem acusado o dalai-lama de fazer campanha pela independência do Tibete, mas as declarações do líder religioso foram direcionadas ao presidente de Taiwan. O Consulado do Estado Chinês criticou o Partido Progressivo Democrata, de oposição, por "instigar ao dalai-lama, relacionado por muito tempo a atividades separatistas, que visitasse Taiwan".

 

"Não sou um separatista", disse perante as câmeras de televisão durante sua visita à aldeia de Shiao Lin, onde pelo menos 424 pessoas foram soterradas por um desmoronamento de terra durante a passagem do furacão. "O destino de Taiwan deve ser decidido por seus 20 milhões de habitantes", disse o dalai-lama, defendendo a manutenção de uma "especial e muito estreita relação com a China no campo econômico e de defesa".

 

O líder, entretanto, afirmou não estar contrariado pela recusa do presidente taiuanês Ma Ying-jeou em relação ao seu convite para uma reunião e disse à imprensa que estava em uma "visita humanitária" e que de sua parte não havia "compromissos políticos".

 

Um grupo de ex-moradores do povoado recebeu o dalai-lama usando camisetas com fotografias de Shiao Lin antes da passagem do tufão. "Desejamos boas vindas e estamos felizes que esteja aqui", disse Liu Ming-chuan, de 44 anos. O líder budista tibetano protagonizou uma cerimônia religiosa para libertar as almas dos soterrados pelo deslizamento de terras em Shiao Lin e por todos os mortos durante o tufão.

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O dalai-lama foi acompanhado na sua visita a Shiao Lin pelo prefeito independentista do Distrito de Kaohsiung, Yang Chiu-hsing, monges tibetanos e religiosos budistas.A China reclama soberania sobre Taiwan desde 1949, quando as forças de Mao Tsé-Tung ganharam a guerra civil chinesa e os derrotados escaparam para a ilha. Pequim promete recuperar o controle de Taiwan, mesmo que seja necessário usar a força.

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