
25 de março de 2016 | 06h00
BUENOS AIRES - Por seus passos de tango na noite de quarta-feira 23, um dia depois do atentado na Bélgica, Barack Obama foi alvo não só de meios de comunicação que costumam atacá-lo nos EUA, como o canal Fox. Na CNN, os 44 segundos nos braços da dançarina Mora Godoy foram considerados a síntese de sua “inação” no combate ao grupo radical Estado Islâmico. Parte da imprensa europeia também o criticou por continuar sua viagem após passar por Cuba.
Na Argentina, Mora saiu em sua defesa do parceiro de dança que a deixou mais famosa. Argumentou que o tango tem uma sobriedade que outros estilos não têm. “O fato de termos dançado tango não quer dizer que ele não se preocupe com terrorismo. O tango é uma dança melancólica. Não é que saímos dançando salsa ou rumba”, disse ao Estado.
Mora diz que o convite foi espontâneo e Obama aceitou estimulado pelo presidente argentino, Mauricio Macri. Ela garante que não temeu a fama de ciumenta da primeira-dama americana, Michelle Obama. "Eu senti que ela tinha gostado da apresentação. No final, nos cumprimentamos". Mora contou que era conhecida por ter ensinado a dança aos Rolling Stones. "Agora mudou meu carimbo".
Durante sua passagem pela Argentina, Obama abandonou a sisudez várias vezes. Na Casa Rosada, disse que havia tomado mate pela primeira vez e pretendia levar a erva para os EUA, sem saber que tipo regras de importação e exportação estaria infringindo. Elogiado por assessores por sua declaração contra o EI, brincou com a razão de sua clareza. “Acho que foi o mate.”
Obama ainda afirmou que ele e suas filhas gostariam de conhecer Lionel Messi e elogiou o jogador de basquete argentino Emanuel Ginóbili, do San Antonio Spurs. Ontem, ainda sob críticas por não ter antecipado seu regresso a Washington, onde deve chegar hoje, passeou de barco em Bariloche.
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