De Paris a Pequim, os protestos continuam

Manifestantes tomaram hoje as ruas de Berlim, Londres, Paris, Pequim, Caracas e Santiago para protestar contra os ataques ao Iraque. Na Cisjordânia, um marcha de palestinos terminou em confronto com soldados de Israel

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Por Agencia Estado
Atualização:

Novas manifestações pela paz foram realizadas hoje em várias cidades do mundo, dez dias depois do início da guerra anglo-americana contra o Iraque. Na Alemanha, dezenas de milhares de pessoas formaram um gigantesco cordão humano unindo as cidades de Osnabruck e Munster, distantes 50 quilômetros uma da outra. No oeste alemão, manifestantes bloquearam o acesso principal da base aérea americana localizada no aeroporto de Frankfurt para protestar contra a guerra no Iraque. Na Grã-Bretanha, principal aliada de Washington nesta guerra, uma multidão estimada pelos organizadores em 300 mil pessoas saiu às ruas de Londres e outras 16 cidades do país a favor da paz. Além de repudiar a guerra, os manifestantes na Grã-Bretanha condenaram a atitude dos parlamentares que apóiam o primeiro-ministro Tony Blair na atual campanha militar. Um grupo marchou até as instalações da BBC no bairro londrino de Sheperds Bush para protestar contra a cobertura feita pela rede de TV britânica, considerada pró-guerra pelos manifestantes. Pacifistas italianos de cerca de 30 organizações reunidas em um comitê contra a guerra desfraldaram grandes cortinas pretas sobre 14 pontes do Rio Tibre, que atravessa Roma, em sinal de luto pelas vítimas do conflito. Em Paris, milhares de manifestantes marcharam contra a guerra até a Place de la Concorde sob o som do Réquiem de Mozart. "O Réquiem foi o símbolo que escolhemos para rendermos homenagem às vítimas da guerra em Bagdá e em todo o Iraque", disse Brigitte Loigerot, do Movimento pela Paz. Palestinos - Em Belém, Cisjordânia, centenas de palestinos enfrentaram-se hoje com soldados israelenses quando tentavam marchar contra a guerra. Segundo fontes palestinas, os manifestantes, entre eles crianças e estudantes, estavam congregados em frente à Basílica da Natividade quando soldados israelenses os dispersaram. Na China, pela primeira vez, o governo decidiu autorizar, para amanhã, sob certos limites, três manifestações antibélicas na Universidade de Pequim, no Parque de Chaoyang e em frente à Embaixada dos EUA na capital chinesa. As autoridades chinesas advertiram que as marchas não poderão superar as 150 pessoas e que os manifestantes não poderão se aproximar muito da representação diplomática americana. Na Venezuela, centenas de pessoas, a maioria formada por simpatizantes do presidente Hugo Chávez, protestaram hoje pacificamente em Caracas contra a guerra. Em Santiago, organizações humanitárias mudaram simbolicamente o nome da Rua Estados Unidos, no centro da capital chilena, por "Rua Crianças do Iraque" em uma nova jornada de mobilizações pela paz. Veja o especial :

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