De última hora, Síria pede que chefe da Liga Árabe adie viagem

Nabil Al-Arabi apresentaria propostas da entidade para encerrar a repressão e implementar reformas

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Atualização:

BEIRUTE - A Síria fez um pedido de última hora para que o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al-Arabi, adie sua viagem a Damasco, cujo objetivo é pressionar o governo para que acabe com a repressão a manifestantes.

 

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O governo da Síria pediu que Al-Arabi retarde a sua viagem, prevista para esta quarta-feira, "devido a circunstâncias fora de nosso controle", disse a agência estatal de notícias síria Sana.

 

A Sana afirmou nesta terça-feira, 6, que Al-Arabi já foi notificado sobre o pedido de última hora. "Ele foi informado dessas circunstâncias, e uma nova data será definida para a visita", disse a agência estatal, sem dar maiores detalhes. Em sua visita, o chefe da Liga Árabe iria apresentar as propostas dos países-membros para encerrar a onda de violência na Síria e realizar reformas.

 

 

Enquanto isso, relatos indicam que as forças de segurança sírias mataram pelo menos daus pessoas nesta terça-feira. Ativistas afirmam que um dos mortos na província de Homs, no centro do país, era um rapaz de 15 anos. As testemunhas dizem ainda que outros cinco corpos foram encontrados na província. 'Linguagem tendenciosa' A proposta que Arabi deveria apresentar em Damasco foi aprovada em agosto pela Liga Árabe. O documento, de acordo com relatos, prevê a realização de eleições dentro de três anos e pede que o presidente sírio, Bashar Al-Assad, se comprometa com as reformas prometidas em seus discursos. A Síria reagiu fortemente à proposta, dizendo que o documento continha "uma linguagem inaceitável e tendenciosa". A ONU e entidades de defesa dos direitos humanos estimam que mais de 2,2 mil pessoas já morreram devido à repressão do governo da Síria contra protestos que, desde março deste ano, pedem reformas democráticas no país. Além disso, milhares de pessoas ligadas às manifestações pró-democracia estão sendo mantidas sob custódia. O governo sírio, por sua vez, afirmou em diversas oportunidades que está combatendo a ação de "grupos terroristas armados".

 

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O acesso à Síria foi restringido para jornalistas estrangeiros, o que torna virtualmente impossível verificar de forma independente o relato de testemunhas e ativistas.

 

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