Declarado estado de emergência no Sri Lanka. Tumulto político

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A crise política deflagrada ontem, quando a presidente Chandrika Kumaratunga demitiu ministros e fechou o Congresso, aprofundou-se com a decretação do estado de emergência hoje. Mas os funcionários do governo asseguram que não se está reiniciando a guerra civil de 20 anos, que banhou o país em sangue, e que o cessar-fogo combinado com o partido rebelde Exército de Libertação dos Tigres do Tâmil Eelam (LTTE) será honrado. A presidente Kumaratunga resolveu reafirmar seu poder sobre a ilha enquanto seu rival, o primeiro-ministro Wickremesinghe, está em Washington para um encontro com o presidente Bush, agendado para hoje. O estado de emergência foi declarado para ?avaliar a situação de segurança? e valeria até meia-noite de quinta-feira, segundo informou o assessor presidencial Eric Fernando. Isto permitirá aos militares entrar em residências sem mandados de busca, prender pessoas sem motivo aparente e mantê-los presos por período indefinido. Também dá à presidente o poder de decretar leis e poder de controle extraordinário sobre a imprensa, inclusive de estabelecer censura. Kumaratunga, que acusa o primeiro ministro de ser brando demais com os rebeldes, demitiu os três ministros mais importantes do gabinete e colocou tropas nas ruas, além de suspender o parlamento. Hoje, mais da metade dos parlamentares do país declararam apoio ao primeiro-ministro e rejeitaram as demissões. ?Temos total confiança no primeiro-ministro?, disse o ministro do Trabalho Mahinda Samarsinghe aos jornalistas, respondendo sobre a carta assinada por 124 dos 225 membros do parlamento. O amplo apoio ao primeiro-ministro pode tornar politicamente difícil para a presidente demitir Wickremesinghe. A declaração do estado de emergência foi dada sem sombra de dúvida para enfurecer os rebeldes Tigres Tâmeis, que lutaram por duas décadas pela independência do povo tâmil, mas que estabeleceram um cessar-fogo com o governo há cerca de 18 meses. A minoria tâmil foi a que mais sofreu durante o último estado de emergência estabelecido no pais, com o endurecimento as forças aramadas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.