WASHINGTON - Um juiz federal de Wisconsin criou a primeira dificuldade ao novo decreto do presidente Donald Trump com relação à restrição da entrada de refugiados nos EUA. Na sexta-feira 10, William Conley expediu uma medida temporária impedindo a restrição de entrada da filha e da mulher de um refugiado sírio, moradores de Alepo, que já conseguiram asilo para viver em solo americano.
A decisão está limitada apenas a esta família, cuja identidade está sendo preservada. No entanto, é uma ação simbólica que representa os muitos desafios que o novo decreto de Trump, previsto para entrar em vigor no dia 16, deverá enfrentar.
O juiz, indicado pelo antecessor de Trump, Barack Obama, concluiu em sua sentença, que a família sofrerá "significativos riscos e irreparáveis danos" se permanecer na Síria.
O refugiado chegou aos EUA em 2014, "escapando de uma morte quase certa" pelas mãos de forças militares que lutam contra o governo sírio em Alepo, de acordo com o processo. Ele obteve asilo para sua mulher e sua única filha sobrevivente, mas ambas foram barradas pelo decreto original de Trump, emitido no dia 27 de janeiro. O documento proibia a entrada, por 120 dias, de cidadãos oriundos de sete países - Irã, Síria, Líbia, Somália, Sudão, Iêmen e Iraque - e suspendia a entrada de todos os refugiados.
O decreto original provocou uma onda de indignação e protestos em aeroportos americanos logo que foi anunciado. Diante das manifestações, a Casa Branca modificou a medida, reduzindo o número de países ao excluir o Iraque da lista e deixando indefinida a restrição aos refugiados sírios. / REUTERS