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Defensor anuncia acordo entre mineiros bolivianos, mas confrontos continuam

Autoridades confirmaram que sindicalistas e líderes dos cooperativistas que disputam a jazida de estanho assinaram um documento no qual se comprometem a dialogar

Por Agencia Estado
Atualização:

O defensor público da Bolívia, Waldo Albarracín, anunciou que chegou a um acordo para dar fim aos violentos confrontos entre dois setores de mineradores pelo controle de uma jazida de estanho, que deixaram dez mortos e cerca de 50 feridos. No entanto, durante a madrugada desta sexta-feira as explosões continuaram e Huanuni, povoado onde se concentram os confrontos, está sem energia elétrica. Muitos mineiros, sem rádio nem televisão, podem não ter sido informados do acordo. Em declarações à imprensa, Albarracín explicou que os dois lados se comprometeram a suspender as hostilidades. "É preciso garantir que a partir deste momento Huanuni viverá em tranqüilidade, que não haverá nem um tiro a mais, nenhum morto, nenhum choque, nada de violência. Com isso, o resto, que é encontrar uma solução definitiva para a disputa, vai ser mais fácil", disse o Defensor público. O ministro do Trabalho, Alex Galvez, confirmou que dirigentes dos sindicatos da empresa mineira estatal Conmibol e líderes dos cooperativistas que disputam com eles a jazida de estanho assinaram um documento no qual se comprometem a dialogar. O Governo da Bolívia confirmou oficialmente que nove pessoas morreram e mais de 40 foram feridas nos confrontos, mas a imprensa menciona até 14 mortos e cerca de 100 feridos. O vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, afirmou que os dois setores "atuaram violentamente" motivados pela "cobiça" pelas ricas jazidas da região, que se transformaram numa "maldição". Ele respondeu aos líderes sindicais e políticos que acusam o governo do sindicalista Evo Morales de ser o culpado pela situação por não ter resolvido a tempo o conflito. Em seguida, garantiu que Huanuni não será militarizado, como pedem os empregados da Comibol, porque seria "apagar o incêndio com gasolina". Decisão dos sindicalistas O confronto começou pela manhã de quinta, ao fim de uma assembléia de centenas de mineiros de cooperativas da região. Eles decidiram ocupar à força a Empresa Mineira Huanuni, propriedade da Comibol. Como os mineiros assalariados da empresa se entrincheiraram em seu acampamento, os cooperativistas iniciaram um cerco que terminou com o ataque com dinamite. O líder da Central Operária Boliviana (COB), Pedro Montes, responsabilizou o Governo e anunciou para esta sexta-feira uma reunião da diretoria sindical nacional para adotar medidas. Pode ser decretada uma greve geral. O sindicalista atacou também o ministro de Mineração, Walter Villarroel, ex-presidente da Federação Nacional de Cooperativistas Mineiros, a quem acusou de parcialidade e de incapacidade para resolver o conflito.

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