Defesa de Saddam apresenta provas sobre morte de curdos

Armas foram utilizadas na campanha de Al-Anfal, entre 1987 e 1988, no Iraque

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os advogados da acusação no julgamento do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein e seis de seus antigos assessores apresentaram nesta quinta-feira ao tribunal novos elementos que comprovariam a fabricação de armas químicas pelo Ministério da Defesa iraquiano na época. Segundo fontes judiciais, a acusação afirmou que as armas químicas foram utilizadas contra os curdos durante a campanha Al-Anfal, lançada pelo Exército de Saddam entre 1987 e 1988 no Curdistão iraquiano. A sessão de hoje é a 33º desde o início do processo, em 21 de agosto. Nas sessões de terça e quarta-feira, a acusação apresentou outros documentos, entre os quais uma gravação na qual aparecem vários corpos de civis no Curdistão durante a ofensiva de Al-Anfal. As imagens, mostradas na sala diante do juiz e dos acusados, mostraram corpos de mulheres, crianças e homens espalhados pelo local, mortos provavelmente em decorrência da utilização de armas químicas. Segundo a Promotoria, cerca de 182 mil curdos morreram ou desapareceram durante a ofensiva militar e 4 mil aldeias foram destruídas. O processo pelo caso da Al-Anfal já é o segundo aberto contra Saddam, depois de o ex-ditador ter sido condenado em novembro à forca, junto com dois de seus ex-colaboradores, pelo envolvimento no massacre de 148 xiitas na aldeia de Dujail, ao norte de Bagdá, em 1982.

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