
24 de novembro de 2015 | 23h58
Nesse cenário, cresce a possibilidade de erro no inevitável jogo de gato e rato no qual pilotos de caça da Rússia, Estados Unidos, Inglaterra, Arábia Saudita, Jordânia, Turquia, França, Egito, Áustria, Canadá e Holanda estão envolvidos, cada grupo testando a capacidade de reação dos outros.
A preservação territorial é regra básica nas zonas conflitadas. O caça russo abatido pela aviação síria, um Sukhoi-24M Fencer, enorme caça bombardeiro supersônico do período da Guerra Fria, provavelmente bordejou a fronteira na região de Latakia para encurtar a rota de ataque contra instalações do Exército Islâmico. Advertido da transgressão, manteve a posição e até ganhou velocidade, indicam registros de terra. É uma máquina poderosa, projetada há cerca de 40 anos para lançar artefatos nucleares.
Modernizado depois de 2007 no programa para restauração do poder militar da Rússia do presidente Vladimir Putin, o Su-24 é capaz de transportar de oito toneladas a dez toneladas de carga de ataque convencional e um canhão de 23mm. Mas é lento. Acima de 11 mil metros, faz 1.665 km/h em combate. Não é muito, considerado o alto desempenho dos interceptadores de quarta geração deslocados para a região.
Os esquadrões turcos de defesa aérea empregam diversas versões do ágil F-16 Falcon – têm mais de 200 deles. Cada um leva até 7,7 mil quilos de armamento, mais um canhão padrão de 20 mm. A velocidade bate em 2,2 mil km/h. E, pior para o Su-24 abatido ontem, opera mísseis do tipo BVR, com alcance além do horizonte – quer dizer, pode ser disparado a 40 km de distância do alvo, que terá enorme dificuldade para detectar o lançamento.
O cenário sob tensão fica mais complicado com a chegada à região do porta-aviões nuclear francês Charles de Gaulle. A bordo, 18 Rafale, e 8 Super Etendard/M.
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