Delegação brasileira não vê Arafat

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Por Agencia Estado
Atualização:

Com grande aparato militar e sem comoção popular, o corpo do líder palestino Yasser Arafat foi velado hoje pela manhã no Cairo, Egito, sem que a delegação brasileira tenha participado da cerimônia fúnebre. O ministro da Casa Civil, José Dirceu, representando o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, esperou uma hora do lado de fora do local onde foi instalada uma tenda para o funeral, na avenida Salah Salem, a cerca de 400 metros da Base Aérea Almaza, na mesma avenida, de onde partiu o avião transportando o corpo para ser enterrado em Ramallah, na Cisjordânia. Acompanhado pelos deputados federais Maurício Rands (PT-PE), Jamil Murad (PC do B-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e pelo senador Maguito Vilela (PMSB-GO), o ministro minimizou o fato de ter chegado quando o corpo já estava no avião, ao afirmar que somente muçulmanos e chefes de Estado de países árabes tiveram acesso à solenidade religiosa. Na avenida, ao lado de várias outras delegações estrangeiras, Dirceu falou com o porta-voz da OLP, Saebe Erekat, com o ativista social Mustafá Barghouthi, secretário-geral da Palestiniam National Iniciative, e com o primeiro-ministro da Suécia, Goran Persson, que também não assistiu à cerimônia. A comitiva brasileira só teve acesso à Base Aérea depois da saída de vários carros oficiais, um deles levando a mulher de Arafat, Suha, e a filha. O avião com o corpo do líder palestino já estava preparado para taxear e os brasileiros, diante da situação, deram meia volta e deixaram o local. Somente depois, através de imagens da televisão, é que se soube que a caminhada pela avenida tratava-se de um cortejo. Em rápida entrevista, o ministro afirmou ter ido ao Cairo prestar homenagem póstuma a Arafat, em nome do presidente Lula, e reiterou a amizade do povo brasileiro ao povo palestino."Não haverá mudança na posição do Brasil (com a morte de Arafat)", afirmou Dirceu, reforçando a política de reconhecimento do Estado palestino, mas com fronteiras seguras para Israel. Antes de embarcar de volta para o Brasil, à noite, Dirceu e os parlamentares irão à Liga Árabe para assinar as condolências pela morte de Arafat.

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