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Democrata acusa Bush de tentar politizar debate sobre o Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

O líder da maioria democrata no Senado, Tom Daschle, acusou hoje o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de estar tentando politizar o debate sobre uma guerra contra o Iraque e exigiu que ele peça desculpas por sugerir que os democratas não estão interessados na segurança do povo norte-americano. "Isto é incorreto", disse Daschle num discurso no Senado. "Não podemos politizar essa guerra. Não podemos politizar a retórica sobre guerra e vida e morte. Você diz àqueles que lutaram no Vietnã e na Segunda Guerra Mundial que eles não estão interessados na segurança do povo americano porque eles são democratas. Isso é um ultraje. Ultraje." Daschle fez a declaração enquanto líderes do Congresso negociavam com o governo os termos de uma resolução que autorizaria o presidente a usar a força para eliminar as armas de destruição em massa do líder iraquiano Saddam Hussein. Apesar de preocupações entre alguns democratas, Daschle e o líder democrata na Câmara dos Representantes, Dick Gephardt, têm manifestado apoio a tal resolução, que deve ser aprovada antes que o Congresso entre em recesso para as eleições de novembro. Estrategistas políticos democratas têm expressado preocupação de que o debate nacional sobre o Iraque esteja ofuscando questões domésticas na campanha. Bush voltou a dizer hoje que está determinado a combater o terrorismo em duas frentes - o Iraque, de Saddam, e a rede Al-Qaeda, de Osama Bin Laden, porque "os dois são igualmente maus, e igualmente malignos, e igualmente destrutivos". Bush foi perguntado se agora acredita que Saddam é uma ameaça maior para os EUA do que a rede terrorista Al-Qaeda. Após uma longa pausa, ele disse: "Esta é uma pergunta interessante. Estou tentando pensar em algo bem humorado para dizer, mas não posso quando penso na Al-Qaeda e Saddam Hussein". "O perigo é que a Al-Qaeda torne-se uma extensão da loucura de Saddam e de seu ódio e de sua capacidade de disseminar armas de destruição em massa em todo o mundo. Precisamos lidar com ambos". Democratas afirmam que o esboço de proposta que Bush enviou ao Congresso na semana passada dá autoridade ilimitada ao presidente para usar a força militar contra o Iraque - unilateralemente se necessário -, derrubar Saddam do poder e garantir a paz na região. "Deveríamos estar tratando com uma coalizão ao invés de irmos sozinhos", considerou o senador Richard Durbin, um democrata de Illinois. "Se não tivermos uma coalizão, corremos o risco de expandir oportunidades para o terrorismo em todo o mundo contra os Estados Unidos". O presidente da Comitê de Relações Internacionais, Henry Hyde, um republicano de Illinois, ofereceu uma proposta conciliadora que deixa claro que qualquer uso da força para restaurar a estabilidade regional deve vir em conjunto com resoluções da ONU.

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