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Democratas discordam do uso de forças federais; mas, como tática política, isso não preocupa 

Para opositores, advertências de Trump estão desconectadas da realidade e são usadas para distrair eleitores

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O presidente Donald Trump parece insistente em fazer os protestos nas ruas das cidades americanas - incluindo aqueles em resposta ao envio de agentes federais em Portland - um foco principal de sua campanha de reeleição. A estratégia é vista em comentários nas reuniões na Casa Branca, em seus anúncios de televisão e com frequência em sua conta do Twitter.

Policiais federais confrontam manifestantes em Portland, nos EUA Foto: Spencer Platt/Getty Images/AFP

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Mas enquanto os democratas manifestaram consternação com o uso de agentes federais no Oregon, os assessores de Joe Biden e seus aliados democratas parecem não estar preocupados com o impacto das táticas de Trump em termos políticos, mesmo quando os protestos aumentam e se espalham, como ocorreu no fim de semana em locais como Seattle, Los Angeles, Richmond e Austin.

Por um lado, as advertências do presidente sobre um futuro sombrio dos democratas estão desconectadas da realidade atual - na verdade, a turbulência política das ruas acontece sob seu próprio mandato. 

"O senso de desordem que Trump está promovendo como ameaça nacional realmente funciona contra ele porque reforça a sensação de que os EUA sob Donald Trump são um país em desordem", disse Geoff Garin, pesquisador que trabalha para um comitê de ação política dos democratas. 

Por outro lado, os democratas acreditam que a questão da violência nos protestos está sendo vista por muitos eleitores como uma distração por Trump de sua resposta pandêmica vacilante e da crise econômica. "(O discurso de Trump) Não é voltado para conter a violência", disse Karen Finney, estrategista democrata, sobre a resposta de Trump à agitação nas ruas. "É focado na criação de confrontos que criam as imagens que ele pode usar nas eleições".

Um desafio para Trump é que seu foco em "lei e ordem" não é necessariamente a obsessão atual dos eleitores. Como Jared Leopold, outro estrategista democrata, afirmou: "É muito difícil resolver um problema que não consta das cinco principais questões das pessoas e transformá-lo em algo sobre o que eles se importam. Não importa quantas tropas Donald Trump envie para as cidades americanas, isso não irá distraí-los de sua principal preocupação, que é o coronavírus e sua saúde". 

A campanha de Trump tenta capitalizar a agitação para tranquilizar os eleitores de que ele acabará com a turbulência, mas até republicanos veem dificuldades na estratégia. "Se existe um perigo para os democratas, é o fato de os republicanos serem capazes de defini-los como estando do lado dos anarquistas em Portland", disse Scott Jennings, estrategista republicano. Mas Jennings avalia que a retórica de Trump não ajuda. "É uma situação que exige nuances e essa é uma presidência que não se envolveu em muitas nuances"./ The New York Times

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