A maioria democrata no Senado dos Estados Unidos afirma ter conseguido assegurar os votos necessários para aprovar a reforma da saúde proposta pelo presidente Barack Obama, depois que o senador conservador Ben Nelson, cujo voto é considerado decisivo, anunciou neste sábado que vai apoiar o projeto. Nelson, que é senador democrata pelo Estado de Nebraska e um forte opositor do aborto, havia colocado em dúvida seu apoio à reforma por temor de que recursos federais fossem usados para financiar abortos. No entanto, após 13 horas de negociações na sexta-feira, Nelson obteve algumas garantias por parte de líderes do partido - como restrições ao aborto e mais fundos para seu Estado - e acabou cedendo e garantindo seu apoio. Com o apoio de Nelson, os democratas somam os 60 votos necessários para bloquear possíveis vetos da oposição republicana e levar a reforma adiante. Prioridade Após o anúncio, Obama disse que a decisão do senador significa que, depois de quase um século de luta, a reforma da saúde está próxima de se tornar uma realidade nos Estados Unidos. Segundo o correspondente da BBC em Washington Imtiaz Tyab, os aliados de Obama no Senado devem conseguir aprovar a reforma antes do Natal. A reforma da saúde é uma das prioridades do presidente americano, mas enfrenta forte resistência da oposição republicana. Caso seja aprovada, será a reforma mais radical no sistema de saúde dos Estados Unidos em décadas e irá fornecer cobertura de saúde a milhões de americanos atualmente fora do sistema. Depois que o Senado votar sua versão do projeto, uma comissão formada por parlamentares das duas Casas deve trabalhar em uma versão conjunta. Caso essa versão conjunta seja então aprovada pelo Senado e pela Câmara dos Representantes, será enviada ao presidente Obama para ser sancionada. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.