Democratas mantêm maioria no Senado e republicanos na Câmara

Votação nos EUA colocou em disputa um terço das cem cadeiras do Senado; Partido Republicano perdeu três assentos

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON, 7 Nov (Reuters) - Os democratas mantiveram a maioria no Senado norte-americano, após conquistar vagas disputadas com republicanos em Massachusetts e Indiana e manter o apoio em Estados que já dominavam, como Missouri, em Virgínia, na Pensilvânia e em Ohio.

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A votação de terça-feira colocou em disputa um terço das cem cadeiras do Senado e o Partido Republicano perdeu três assentos.

A vitória mais significativa para os republicanos aconteceu em Nebraska, onde o candidato conservador Deb Fischer, apoiado pela ex-aspirante republicana à vice-presidência Sarah Palin, conseguiu um triunfo na disputa pelo assento a ser desocupado pelo democrata Ben Nelson.

No geral, o equilíbrio de poder parece não ter sofrido alterações no Congresso dos Estados Unidos, o que possivelmente provocará confrontos políticos, já que os republicanos mantiveram o controle da Câmara dos Deputados.

Embora o controle do Senado não mude de mãos, poderá se tornar uma instância legislativa mais polarizada, já que haverá menos políticos moderados nas filas dos partidos. Esse cenário reflete duas vitórias em particular.

Elizabeth Warren, que venceu o moderado Scott Brown em Massachusetts, é professora da Escola de Direito da Universidade de Harvard que se opôs energicamente aos interesses de Wall Street.

No Texas, a vaga do republicano Kay Bailey, que se aposentará, foi ocupada após uma vitória contundente de Ted Cruz, um favorito do movimento conservador Tea Party.

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Em Indiana, o deputado Joe Donnelly venceu o republicano Richard Mourdock na disputa pela cadeira deixada pelo republicano moderado Richard Lugar. Na reta final da campanha, Mourdock atraiu duras críticas ao declarar que a gravidez resultante de estupro seria uma "obra de Deus". No Maine, a aposentadoria da senadora republicana Olympia Snowe abriu caminho para a vitória do candidato independente Angus King.

Uma vez que a formação do Congresso após as eleições é importante para enfrentar o "abismo fiscal" que pode acontecer com o vencimento de cortes de impostos e o lançamento de reduções automáticas de gastos, os resultados indicam que o duro ambiente político continuará. "Isso significa que teremos a mesma dinâmica, a mesma gente que não pôde alcançar acordos nos últimos três anos", disse o analista de política de Washington para investidores, Ethan Siegel.

O atual presidente da Câmara, John Boehner, afirmou que os eleitores quiseram continuar com a agenda dos republicanos, mas se comprometeu a trabalhar com "qualquer parceiro bem disposto".

"Com essa votação, o povo norte-americano também deixou claro que não existe aprovação ao aumento dos impostos", disse Boehner diante de membros de seu partido em Washington.

Com a vitória projetada de Obama e o domínio do Partido Democrata no Senado, também é possível que o governo federal se veja animado a estimular seu plano de promover uma maior equidade no sistema tributário, no que espera reduzir o déficit fiscal pedindo aos mais ricos que paguem mais impostos e recortando impostos da classe média.

Com Reuters e AP

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