Democratas pretendem limitar autoridade de Bush no Iraque

Oposição quer suspender resolução de 2002 que autorizou Bush a usar as Forças Armadas "como fosse necessário para defender os EUA contra a ameaça do Iraque"

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Democratas americanos querem reverter uma lei sancionada em 2002 que autorizou o presidente George W. Bush a entrar em guerra com o Iraque. O objetivo da medida é impedir novas ações de Bush no país árabe. Legisladores importantes, apoiados por líderes de partido, estão rascunhando leis que vão efetivamente suspender a autoridade garantida ao presidente americano, deixando as tropas americanas com uma missão limitada enquanto se preparam para uma retirada. Autoridades disseram na quinta-feira que o texto preciso da medida ainda não foi acertado. Uma versão restringiria tropas americanas no Iraque para lutar contra a Al-Qaeda, treinar o exército iraquiano e forças policiais, mantendo a integridade territorial do país. A outra procederia com a retirada das forças de combate. Harry Reid, líder da maioria congressista, pretende apresentar a proposta para os outros democratas na semana que vem e espera-se que ele tente adicionar medidas à legislação antiterrorismo que será debatida ainda nesse mês. Autoridades que descreveram a estratégia falaram apenas em condição de anonimato. A Casa Branca deu sinais de resistência na sexta-feira a qualquer tentativa do Senado de rever a resolução de 2002, que autorizou Bush a usar as Forças Armadas "como determinar ser necessário e adequado para defender a segurança nacional dos Estados Unidos contra a ameaça representada pelo Iraque." O porta-voz da Casa Branca Tony Fratto disse a repórteres que não discutiria "legislação hipotética", já que os democratas ainda não apresentaram uma proposta formal. Disse que as autoridades terão de analisar os termos de qualquer nova resolução. "Não sabemos para onde eles querem ir. Se há uma coisa clara, é que os democratas parecem estar bem divididos sobre o que pretendem fazer, então vamos esperar para ver." Mas ele afirmou que a Casa Branca considera que a resolução de 2002 continua em vigor. "Está operante, é relevante," disse Fratto. "Foi aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos. Ela não tinha um final. É quando o comandante-em-chefe decidir que a missão foi concluída." Nova estratégia Bush já deixou claro que vai lutar pela aprovação da proposta de uma verba de US$ 100 bilhões para financiar os soldados no Iraque e no Afeganistão. Os republicanos do Senado conseguiram impedir o avanço de uma moção de repúdio contra o envio de mais tropas ao Iraque, mas os democratas decidiram investir por outro flanco, substituindo a resolução de 2002. Segundo a proposta democrata, a missão dos EUA ficaria restrita a impedir que o Iraque torne-se um refúgio para os terroristas, a treinar forças iraquianas e a ajudar os iraquianos a proteger suas fronteiras. Todos os soldados que não estivessem envolvidos nessa missão teriam que estar de volta aos EUA até o princípio de 2008. Hoje, há 139 mil soldados norte-americanos no Iraque. A proposta está sendo redigida pelo senador por Michigan Carl Levin e pelo senador pelo Delaware Joseph Biden, presidente da Comissão de Relações Exteriores, junto com suas respectivas equipes.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.