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Democratas reiteram oposição a embaixador dos EUA na ONU

Nomeação temporária de Bolton termina em janeiro; Casa Branca tenta aproveitar últimas sessões do Senado atual, de maioria republicana, para conseguir ratificação

Por Agencia Estado
Atualização:

Vários senadores democratas disseram neste domingo que vão se opor à confirmação do embaixador dos Estados Unidos na ONU, John Bolton, em seu cargo, enquanto a Casa Branca defendeu o diplomata. Na quinta-feira, o governo enviou ao Senado seu pedido para que confirme a nomeação de Bolton, que ocupa o posto provisoriamente desde agosto de 2005, por designação do presidente George W. Bush. No entanto, os democratas reiteraram neste domingo sua oposição a Bolton. "Há várias pessoas competentes. Escolha outra pessoa, senhor presidente", disse o senador democrata Joseph Biden - que provavelmente será o presidente do Comitê de Relações Exteriores em janeiro -, em entrevista ao canal de televisão "ABC". Outro que também apoiou a idéia foi o senador democrata Charles Schumer, que coordenou a campanha de seu partido para as eleições de terça-feira. A Casa Branca saiu em defesa de Bolton, e o conselheiro presidencial Dan Bartlett elogiou seu trabalho na ONU. "Ele mostrou que seus críticos estavam errados", disse. O chefe de gabinete da Casa Branca, Joshua Bolten, o descreveu como "um bom promotor de consensos". Arlen Specter, presidente republicano do Comitê Judicial do Senado, disse à "CNN" que Bolton tinha realizado "um trabalho de primeira". A nomeação temporária de Bolton termina em janeiro de 2007 e, por isso, a Casa Branca tenta aproveitar as últimas semanas de sessões do Senado atual, no qual os republicanos têm a maioria, para conseguir sua ratificação. No entanto, não foi a rejeição dos democratas que impediu a confirmação de Bolton, mas a falta de apoio no próprio partido de Bush. Após as eleições legislativas da terça-feira, o senador republicano Lincoln Chafee, membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado, reiterou sua oposição a Bolton. A rejeição do republicano, junto com a dos democratas no órgão, provavelmente impedirá que a designação seja aprovada no Comitê, passo prévio à votação no plenário. A Casa Branca poderia forçar um voto no plenário com o apoio de 60 dos 100 senadores, mas não parece ter apoio suficiente. "Nem sequer conta com os votos necessários no Comitê, que hoje, é controlado pelos republicanos", disse Biden. "Vamos realizar uma audiência sobre o tema. Haverá uma votação e (o governo) perderá", prevê o senador democrata. Será ainda mais difícil para a Casa Branca depois de janeiro, quando o novo Senado assumir, com maioria democrata. Biden, como presidente do Comitê de Relações Exteriores, terá grande influência no processo de confirmação do cargo de embaixador dos EUA na ONU. Bush nomeou Bolton provisoriamente durante um recesso do Congresso, porque não tinha os votos necessários para que o Senado o ratificasse como embaixador pelo procedimento normal. Durante este ano, a votação para confirmá-lo no cargo foi adiada várias vezes por fala de apoio suficiente. A última vez, em 7 de setembro, o Comitê de Relações Exteriores do Senado adiou a votação de forma indefinida.

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