Democratas trocam acusações sobre guerra

Hillary e Obama questionam-se sobre promessas de retirar tropas do Iraque

PUBLICIDADE

Por AP e Reuters
Atualização:

O aniversário de cinco anos da invasão americana no Iraque foi ontem o centro do debate entre os candidatos à Casa Branca. Enquanto os democratas Hillary Clinton e Barack Obama reiteraram sua vontade de retirar as tropas do país árabe, o republicano John McCain insistiu que a presença dos EUA no país tem de continuar. Em um discurso na Carolina do Norte, Obama afirmou que os eleitores não podem confiar em Hillary para acabar com o conflito no Iraque pelo fato de ela ter votado no Senado a favor da invasão do país. O senador disse que Hillary fala firme sobre segurança nacional, mas que o voto dela contribuiu para o erro do presidente George W. Bush em começar uma guerra que tornou os EUA menos seguros. ''Pergunte a você mesmo, em quem você confia para acabar a guerra: alguém que se opôs à guerra desde o começo, ou alguém que só começou a ser contra ela quando começou a se preparar para concorrer à presidência?'', perguntou Obama. A equipe de campanha de Hillary respondeu: ''A realidade é que o senador Obama não tomou praticamente nenhuma medida para terminar a guerra até antes de começar sua disputa pela Casa Branca, enquanto a senadora Clinton tem sido uma crítica firme do Iraque por muitos anos'', afirmou o porta-voz Phil Singer. Obama renovou ontem seu compromisso de, se eleito, retirar as tropas americanas do Iraque em até 16 meses após assumir a presidência. O democrata ainda anunciou que mudaria o foco americano do Iraque para o Afeganistão e o Paquistão, onde acredita ser o local de esconderijo dos líderes da rede terrorista Al-Qaeda. Em uma visita a Detroit, Hillary reafirmou sua posição de que os EUA poderiam retirar os soldados americanos do Iraque dentro de 60 dias a partir de sua posse. A senadora afirmou que os iraquianos têm de assumir a responsabilidade do futuro do país árabe. ''Nós não podemos vencer a guerra civil deles. Não há uma solução militar'', afirmou a candidata. Enquanto o debate entre os democratas aquecia nos EUA, McCain fazia uma visita a Israel. A equipe de campanha do republicano, que visitou o Iraque esta semana, afirmou que uma retirada prematura dos EUA ''deixaria o país vulnerável para a guerra civil e o genocídio''. Em Sderot, McCain disse que ''entendia'' a dura resposta de Israel aos ataques de foguetes palestinos que deixaram mais de 100 mortos na Faixa de Gaza. ''Não há nação no mundo que possa ser atacada incessantemente sem responder'', disse McCain. PESQUISAS A ampla liderança nacional de Obama sobre Hillary diminuiu, e ambos candidatos correm atrás de McCain, apontou ontem uma pesquisa da Reuters/Zogby. A pesquisa dá a Obama 47% da preferência dos eleitores, enquanto Hillary tem 44% - há um mês, Obama chegou a ter 14 pontos porcentuais de vantagem. Já McCain teria 46% dos votos em uma disputa contra Obama, enquanto o democrata conseguiria 40%. Em uma eleição contra Hillary, McCain obteria 48% dos votos e Hillary, 40%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.