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Depois de 60 anos, Cruz Vermelha aceita associação israelense

Entrada de Israel encerra 60 anos de isolamento causados por sua recusa a usar os dois símbolos reconhecidos até hoje: a cruz e a meia-lua vermelhas

Por Agencia Estado
Atualização:

A sociedade de socorro israelense Magen David Adom (MDA) e o Crescente Vermelho Palestino foram admitidas nesta quarta-feira no Movimento Internacional da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho. A decisão foi adotada pela organização humanitária, numa conferência extraordinária em Genebra. "O resultado amplia a universalidade do Movimento numa área importante, e reforça a cooperação operacional entre as duas sociedades nacionais", explicou uma porta-voz da Federação. Com isso, encerra 60 anos de isolamento causados pela sua recusa a usar os dois símbolos reconhecidos até hoje: a cruz e a meia-lua vermelhas. Os participantes da reunião aprovaram a modificação do estatuto do Movimento para incorporar um novo emblema: o cristal vermelho. Ele é formado pelo contorno de um quadrado vermelho, apoiado num de seus ângulos, sobre fundo branco. Até agora, só a cruz e a meia-lua vermelhas, eram reconhecidas internacionalmente. A Presidência da conferência considerou a adesão "um momento histórico para o Movimento" humanitário, e pediu a todos os Governos "a respeitar o cristal vermelho da mesma forma que a cruz vermelha e o crescente vermelho". Novo emblema O novo emblema é o núcleo do Terceiro Protocolo Adicional aos Convênios de Genebra, aprovado numa conferência diplomática em dezembro. O MDA vai continuar utilizando a estrela de Davi como emblema, dentro do cristal vermelho. A Federação de Sociedades da Cruz Vermelha informou que "o uso do cristal vermelho dará proteção adicional às vítimas da guerra e aos trabalhadores humanitários em situações de conflito armado onde não se possa usar a cruz vermelha nem o crescente vermelho". O acordo foi difícil e exigiu negociações que se prolongaram pela madrugada da quinta-feira. Países árabes questionaram a legalidade do processo, afirmando que era "prematuro" adotar qualquer decisão. Apesar dos bloqueios, a emenda superou os dois terços dos votos dos participantes, ou seja 178 em representação das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e 148 por parte dos membros das Convenções de Genebra.

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