Depois do fim da greve, oposição lança outra campanha contra Chávez

Apenas um dia depois de terem anunciado o final da greve geral, os antichavistas iniciam coleta de assinaturas para pedir redução de mandato do presidente e eleições

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Por Agencia Estado
Atualização:

A oposição venezuelana lançou ontem uma ampla campanha para recolher milhões de assinaturas de eleitores a favor de uma emenda constitucional que reduza o mandato do presidente Hugo Chávez e da convocação imediata de eleições. A mobilização teve início um dia depois de os antichavistas terem anunciado o fim da greve geral, que durou 63 dias e será mantida apenas no setor petrolífero. Dezenas de milhares de pessoas fizeram longas filas nos 4 mil centros de coleta de firmas montados pelos oposicionistas em escolas, praças e ruas nas principais cidades. Em Caracas, simpatizantes de Chávez atearam fogo a um carro da TV privada CMT e feriram quatro pessoas a pedradas e com fogos de artifício, ao tentarem impedir a coleta de assinaturas. A campanha, batizada de El Firmazo, é promovida por 30 mil voluntários. De acordo com a Constituição, um referendo revogatório - sobre a permanência do chefe de Estado no poder - poderá ser realizado na metade do mandato presidencial, em agosto, se tiver o apoio de 20% dos 11 milhões de eleitores. No fim da jornada do Firmazo, os líderes antichavistas anunciaram oficialmente o fim da greve geral. O governo iniciou uma contracampanha, na TV estatal, intitulada "Manténte firme, no firmes" ("Mantenha-se firme, não assine"). A oposição está fazendo ainda um chamado para a assinatura de uma carta à comunidade internacional e três abaixo-assinados em apoio aos militares rebelados, aos funcionários demitidos da estatal Petróleos de Venezuela e aos meios de comunicação privados. Em seu programa dominical de rádio e TV Alô, Presidente, Chávez se declarou ontem vitorioso por "ter derrotado" a greve da oposição para depô-lo e garantiu que a produção petrolífera já alcança 1,8 milhões de barris diários, quase metade de seu nível normal. Mas ele admitiu ao diário colombiano El Espectador ter cometido "excessos" por causa de seu "forte temperamento". E acrescentou: "No caso de eu ter de entregar o poder, para mim não será nenhuma derrota definitiva. Se vou candidatar-me de novo à presidência? Não sei. As circunstâncias dirão."

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