CAMBERRA - O deputado liberal Tim Wilson pediu nesta segunda-feira a mão de seu companheiro logo depois de a Câmara da Austrália aceitar tramitar o projeto para legalizar o casamento gay no país.
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Ao começar o debate, Wilson, do mesmo partido que o primeiro-ministro Malcolm Turnbull, disse com a voz emocionada: “Este debate tem sido a trilha sonora de nosso relacionamento”, disse Wilson, emocionado, a seu companheiro, que estava sentado na área aberta ao público na parte superior do Parlamento.
“Em nosso primeiro discurso eu defini nosso laço pelas alianças que se encontram nas nossas mãos esquerdas, que elas são a resposta à pergunta que não podemos fazer. Então só sobra uma coisa a fazer - Ryan Patrick Bolger, quer se casar comigo?”, perguntou Wilson, que foi comissário de direitos humanos da Austrália.
Bolger acenou que sim e foi aplaudido. "Foi um 'sim' rotundo", declarou o presidente da câmara, Rob Mitchell.
A Câmara debate a proposta, que espera que seja aprovada antes do Natal, depois que o projeto de lei recebeu na semana passada o sinal verde do Senado.
A proposta legislativa permite aos oficiantes de bodas religiosas a se opor a realizar este tipo de casamento, mas o impede no caso de oficiantes civis, tal como pediam vários deputados conservadores.
O debate parlamentar começou depois que mais de 61% dos australianos expressaram seu apoio à legalização destas uniões numa pesquisa não vinculativa convocada por Turnbull em cumprimento de uma promessa eleitoral.
A aprovação da lei fará da Austrália o 26º país a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, um divisor de águas em uma nação na qual alguns Estados consideraram a atividade homossexual ilegal até 1997. / REUTERS, AFP e EFE