Deputado Fujii será ministro das Finanças no Japão, diz imprensa

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Por LINDA SIEG E YOKO NISHIKAWA
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O próximo primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, escolherá o veterano parlamentar Hirohisa Fujii, de 77 anos, para dirigir o Ministério das Finanças, publicou a imprensa local na terça-feira, acrescentando experiência e cautela fiscal ao gabinete de um partido novato no poder. A indicação de Fujii, que foi ministro das Finanças entre 1993-94, agradou analistas que estavam preocupados com medidas do novo governo destinadas a aumentar o poder de consumo da população, o que poderia agravar o déficit público. Hatoyama, do Partido Democrata, tomará posse na quarta-feira, encerrando meio século quase ininterrupto de governos do Partido Liberal Democrático. Ele já indicou o ex-ministro da Saúde Naoto Kan para comandar um poderoso novo órgão que irá supervisionar o processo orçamentário e estabelecer prioridades nas políticas públicas. Outra indicação já confirmada é a de Katsuya Okada como chanceler, um cargo que estará sob forte observação devido às preocupações em torno da aliança EUA-Japão, uma vez que os democratas prometeram adotar uma postura de maior independência em relação a Washington. As escolhas dão lastro a um gabinete que inevitavelmente será composto em grande parte por parlamentares sem experiência no Executivo, segundo analistas. "Há uma falta de profundidade no topo, mas ele está pegando algumas das pessoas mais talentosas e experientes e colocando-as em postos-chave," disse Jeffrey Kingston, diretor de estudos asiáticos no campus japonês da Universidade Temple. A imprensa japonesa já vinha citando o favoritismo de Fujii para o cargo, mas recentemente surgiram relatos de que seu nome enfrentaria resistências do ex-dirigente partidário Ichiro Ozawa. "O destino final do governo irá depender da coordenação política, já que essas são figuras bastante grandes do Partido Democrata, com preferências políticas e até egos consideráveis," disse Koichi Nakano, professor da Universidade Sophia. Analistas elogiaram a eventual indicação de Fujii, já que ele é visto como fiscalmente conservador e ciente dos riscos representados pela explosão da dívida pública. "A indicação é uma manobra positiva para o mercado de títulos, já que Fujii tem dado forte ênfase em tentar obter fontes de financiamento para que o governo não tenha de emitir mais dívida," disse Noriyuki Fukuda, estrategista de renda fixa da Morgan Stanley.

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