PUBLICIDADE

Deputados adiam ''estado de exceção'' no Paraguai

Câmara modifica projeto enviado por Lugo para combater um grupo de guerrilheiros de esquerda no norte do país

Por REUTERS e AFP E AP
Atualização:

A Câmara dos Deputados do Paraguai modificou o projeto que instalaria estado de exceção em cinco Departamentos (Estados) paraguaios e devolveu o debate ao Senado, postergando a decisão sobre a medida que tem como objetivo facilitar o trabalho das Forças Armadas no combate ao Exército do Povo Paraguaio (EPP), no norte do país.Para os deputados, o projeto deve determinar que as pessoas detidas durante o estado de exceção, ou que estejam sob investigação do fisco, sejam impedidas de deixar o país.O Senado deve votar o documento hoje e, caso incorpore a sugestão feita pelos deputados, o texto final será enviado ao presidente Fernando Lugo para sanção.Lugo poderia prescindir do Congresso para baixar a medida em forma de decreto presidencial, mas preferiu dividir a responsabilidade enviando um projeto de lei aos parlamentares na quinta-feira, em regime de urgência.A medida é uma reação das autoridades ao assassinato, na quarta-feira, de um policial, dois funcionários e um segurança de uma fazenda durante uma suposta emboscada na cidade de Horqueta, 380 quilômetros ao norte da capital paraguaia.O grupo foi morto quando buscava os culpados pelo furto de gado na região.O presidente vinculou o crime à ação do EPP, um suposto grupo insurgente de esquerda que, em 2008 e 2009, envolveu-se no sequestro de proprietários de terras do norte do país.O Judiciário paraguaio diz que os militantes do EPP receberam treinamento de integrantes da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).Restrições. Ontem, os deputados aceitaram que o estado de exceção seja mantido por 30 dias, como estabeleceram os senadores. A decisão contraria o pedido do Executivo, que queria manter as restrições por 60 dias. Os Departamentos de Concepción, San Pedro, Amambay, Alto Paraguay e Presidente Hayes seriam afetados pela medida, que suspenderia liberdades individuais, como o direito de livre circulação e de associação, além de permitir que Exército detenha suspeitos sem ordem de prisão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.