Deputados brigam no México antes da posse de Calderón

Presidente da Câmara decretou recesso e tentou sem sucesso apazigüar ânimos

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Por Agencia Estado
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A posse de Felipe Calderón como presidente do México, prevista para sexta-feira, viveu nesta terça uma prévia, com deputados de esquerda e conservadores se enfrentando aos tapas na tribuna do Congresso, onde o novo governante deverá assumir o cargo. Os esquerdistas tentaram às 13h30 (17h30 de Brasília) ocupar a tribuna para impedir a cerimônia de posse de Calderón. No entanto, os do Partido Ação Nacional (PAN), governista, bloquearam a ação da oposição entre empurrões e gritos. Os dois grupos ocuparam a tribuna, garantindo que não sairiam dela. Dois deputados sofreram lesões. Alberto López, do esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD), foi tirado do recinto com o nariz quebrado e uma lesão no quadril, depois de cair dos degraus que levam à tribuna. E um deputado do PRD, não identificado, machucou um tornozelo e foi atendido pelos médicos. O presidente da Câmara dos Deputados, Jorge Zermeño, do governista PAN, decretou um recesso e pediu aos parlamentares que retornassem a suas cadeiras, sem sucesso. Então, mandou a imprensa abandonar o plenário, enquanto os dois grupos gritavam palavras de ordem. Nesta segunda-feira, Calderón tinha afirmado que iria "cumprir o que determina a Constituição" e tomar posse no Congresso, apesar das ameaças dos esquerdistas de bloquear a cerimônia. "Não se trata de um capricho pessoal, é simplesmente uma obrigação constitucional", acrescentou Calderón. López Obrador, do PRD, para Calderón as eleições de 2 de julho por uma diferença mínima e tem denunciado uma fraude eleitoral supostamente orquestrada pelo presidente em fim de mandato, Vicente Fox, também do PAN. Nos últimos dias foram reforçadas as medidas de segurança, com cercas de metal e pelotões antidistúrbios, em torno do Congresso. A Câmara dos Deputados tem 500 cadeiras. O PAN ocupa 206, o PRD, 127, o PRI, 106, o Partido Verde, 17, a Convergência, 17, o Partido do Trabalho, 12, a Nova Aliança nove, a Alternativa Social-Democrata cinco, e um é independente. As imagens da briga foram transmitidas ao vivo pelo canal de televisão do Congresso. Emilio Gamboa, líder da bancada do PRI, lamentou o incidente, que chamou de "vergonhoso". O coordenador do PAN, Cristian Castanho, disse que os deputados de seu partido ficarão na tribuna durante três dias se o PRD não abandonar sua atitude. Jaime Cervantes, coordenador do PT, disse que o conflito foi uma amostra do que vai acontecer na sexta-feira. "Não tínhamos nada previsto para hoje, mas o PAN adiantou tudo", disse o deputado.

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