Deputados egípcios votarão fim de ajuda militar dos EUA

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Por Renato Martins
Atualização:

A Assembleia Popular do Egito (Câmara dos Deputados) decidiu hoje que será votada em plenário uma resolução que anula os acordos pelos quais os Estados Unidos dão US$ 1 bilhão por ano em ajuda militar ao país. A assembleia também decidiu iniciar o processo para um voto de desconfiança no governo militar do Egito, apenas quatro meses antes da prevista transferência do poder para os civis.A iniciativa parlamentar contra a ajuda militar dos EUA foi provocada pela permissão, dada em 1º de março pela Junta Militar, para que seis norte-americanos acusados de incitar tumultos deixassem o país. Os seis são parte de um grupo de 43 pessoas, entre elas 16 norte-americanos, acusados de fomentar a turbulência política no Egito. Nove dos norte-americanos já haviam deixado o Egito quando as acusações foram feitas; um preferiu ficar no país e os outros seis receberam permissão para partir em 1º de março, depois de os EUA ameaçarem cortar a ajuda militar ao Egito.Durante a sessão deste domingo, vários deputados afirmaram em seus discursos que os EUA não respeitam a soberania do Egito e que os generais egípcios cederam às pressões norte-americanas. A decisão de abrir um processo de voto de desconfiança contra o governo do primeiro-ministro Kamal el-Ganzouri foi tomada depois de os deputados ouvirem os depoimentos de quatro ministros sobre o caso dos norte-americanos liberados.Vários deputados disseram que são os generais, e não o governo, quem deve ser questionado sobre a "humilhação" imposta pelos EUA. A Junta Militar afirmou que não teve qualquer participação na liberação dos norte-americanos acusados, que teria sido uma decisão do Judiciário. Mas o juiz que abriu o processo contra os 43, Mahmoud Mohammed Shoukri, retirou-se do caso depois da primeira audiência, citando pressões políticas. As informações são da Associated Press.

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