Deputados que estavam confinados no Parlamento conseguem a liberdade

Após dois meses de isolamento no Parlamento para não serem presos, cinco congressistas de esquerda voltam à liberdade

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cinco congressistas de esquerda que se refugiaram por mais de dois meses no prédio do Congresso enquanto corriam processos contra eles deixaram o local nesta segunda-feira depois que um tribunal rechaçou as acusações. Centenas de seguidores aclamaram os parlamentares, que vestiam branco e levantaram os braços na saída da Casa dos Representantes, encerrando dois meses de impasse com o governo da presidente Gloria Macapagal Arroyo. O tribunal retirou as acusações de rebelião contra eles na quinta-feira passada, mas o secretário de Justiça, Raul Gonzales insistiu que eles deveriam ser presos. No domingo, por fim, o secretário voltou atrás e admitiu que a polícia não poderia detê-los a menos que o caso fosse formalmente reaberto. Em 27 de abril, os parlamentares tiveram que se refugiar no prédio do Congresso para evitar a prisão, já que eram acusados de conspirar com outras 40 pessoas em uma tentativa de golpe contra a presidente. Durante o período, eles dormiram em colchonetes em uma sala do local. Nesta segunda-feira, um dos acusados, Satur Ocampo, comemorou a vitória. "Este é um triunfo para as pessoas cujos direitos não poderiam nunca ser esmagados", declarou. Outro parlamentar, abraçou mulher e filho na saída. "O melhor sentimento é saber que vencemos esta batalha", afirmou. Os legisladores participaram de uma grande carreata para celebrar o desfecho do caso, mas eles ainda podem enfrentar problemas com o secretário de Justiça, que promete recorrer da decisão e apresentar novas acusações. Do outro lado da disputa, Romeo Capulong, advogado dos parlamentares, disse que eles deveriam apresentar acusações administrativas e criminais contra o secretário, além do chefe de polícia Arturo Lomibao e de outros promotores por tentarem fabricar evidências contra seus clientes e ameaçá-los com prisões ilegais. Gonzales nega veementemente que seu departamento tenha criado provas falsas contra os congressistas. Em fevereiro, acusada de corrupção e sofrendo forte pressão para renunciar, a presidente Gloria Arroyo decretou estado de emergência. A medida permitiu à polícia efetuar prisões sem ordem judicial, obrigando os parlamentares a se refugiar no Congresso, onde teriam proteção. Na semana passada, a Suprema Corte declarou inconstitucional o estado de emergência decretado pela presidente naquele mês.

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