Para os partidos de oposição, uma vitória na votação deste domingo, 14, representa um sinal de que uma coalizão mais unificada e pró-mercado poderia retornar ao poder em 2023, depois que Mauricio Macri perdeu a disputa pela reeleição há dois anos.
Mas investidores temem que o governo reforce suas políticas econômicas heterodoxas, mesmo que isso agrave a inadimplência com o FMI, caso haja uma derrota por grande margem. “Os investidores querem que os peronistas percam, mas não por muito”, avalia Edwin Gutierrez, gerente de portfólio da Aberdeen Asset Management, em Londres. “Se forem arrasados, existe o perigo de se tornarem imprevisíveis. Ninguém sabe o que Cristina Kirchner fará caso se sinta encurralada.”
Alberto Fernández e seu ministro da Economia, Martín Guzman, endureceram recentemente a retórica sobre o FMI, com o presidente declarando que a Argentina “não se ajoelhará” perante a instituição.
Depois que um empréstimo de US$ 56 bilhões feito pelo governo Macri em outubro de 2018 não garantiu estabilidade ao país, Fernández provavelmente não estará disposto a se comprometer com o esforço fiscal plurianual que acordos com o FMI geralmente envolvem. E não pagar a instituição isolaria a Argentina de quase todas as formas de financiamento internacional.