Desaceleração da China afetará muitos países

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Por ASSOCIATED PRESS
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Washington, 02/11/2014 - A economia da China, durante anos, puxou grande parte do resto do mundo com ela, uma vez que o país asiático é um grande consumidor de petróleo, minério de ferro e outras commodities de países emergentes, além de automóveis e itens de luxo da Europa. Mas seu papel como locomotiva global está diminuindo junto com a desaceleração do ritmo de crescimento de sua atividade - e muitas outras nações, na visão dos economistas, sentirão o baque. Uma pesquisa da Associated Press realizada com 30 economistas mostrou que mais da metade deles, 57%, espera que a desaceleração econômica da China reprima o crescimento em países de Brasil a Chile até Austrália e Coreia do Sul.Uma exceção seriam os Estados Unidos, que os economistas veem como amplamente isolado dos problemas na China.O crescimento da China, que já foi explosivo, desacelerou em parte devido aos esforços do governo de impor limites ao especulativo setor imobiliário. A atividade econômica da China cresceu 7,3% no terceiro trimestre, na comparação com um ano antes, apresentando seu menor ritmo de crescimento desde 2009. Uma taxa de crescimento de 7% causaria inveja à maioria das economias. Mas para a China, marcou uma nítida desaceleração, após três décadas de expansão de dois dígitos. Na semana passada, o Conference Board previu que o crescimento da China vai desmoronar para 4% em 2020. Essa desaceleração está tendo efeitos em todo o mundo. Brasil e Austrália estão vendendo menos minério de ferro. O Chile está exportando menos cobre para o país asiático e a Indonésia está vendendo menos petróleo e madeira. Já as exportações de eletrônicos da Coreia do Sul cambalearam, afetando seu crescimento, já que os consumidores chineses estão comprando menos smartphones ou estão preferindo alternativas domésticas mais baratas.A China também está reprimindo a corrupção, o que ameaça as marcas europeias. Sung Won Sohn, um economista da Smith School of Business, da Universidade do Estado da Califórnia, estima que um terço dos relógios de luxo Swiss é exportado para a China. Além disso, a China é o mercado que mais cresce para a Mercedes-Benz e a BMW.Montadoras americanas, particularmente a General Motors, também vendem muitos carros na China. Mas a maioria é montada no país asiático e não contribui muito para a economia americana, opinou Sohn. Como resultado, vendas mais fracas em território chinês não afetariam tanto os Estados Unidos. Uma empresa de pesquisas, a Capital Economics, calcula que 6,5% das exportações dos Estados Unidos vão para a China, o equivalente a apenas 0,9% da economia americana. Fonte: Associated Press.

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