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Desafio do PDJ é obter recursos para promessas

Por Cláudia Trevisan e TÓQUIO
Atualização:

O Partido Democrático do Japão (PDJ) chega ao poder com uma plataforma que promete um Estado de bem estar social, com o aumento do valor das aposentadorias, a ajuda direta para educação dos filhos, a melhoria no sistema de saúde pública e subsídios para treinamento de desempregados. O grande desafio da legenda será obter recursos para realizar suas promessas, algo que seus adversários julgam impossível. O Japão tem uma dívida pública equivalente a 200% do PIB, a maior proporção entre os países industrializados. O déficit fiscal está em alta e poderá passar dos 3% do PIB em 2007 para algo em torno de 10% do PIB em 2010, em razão do pacote de estímulo econômico adotado no ano passado. Não por acaso, o provável futuro premiê, Yukio Hatoyama, disse em seu primeiro pronunciamento após a votação que a redução do gasto público estará no topo de suas prioridades. Para cumprir suas promessas, o PDJ precisará de uma sobra de caixa de 16,8 trilhões de ienes (US$ 179 bilhões) ao ano, valor próximo a 3,6% do PIB. O partido sustenta que é possível obter esses recursos com o cancelamento de obras desnecessárias, a redução no número de parlamentares e funcionários públicos e o fim do desperdício na gestão governamental. A mais cara proposta do PDJ é o pagamento de US$ 280 ao mês para os pais que tiverem filhos pequenos, além do benefício único de US$ 5.900 às famílias que tiverem bebês. O programa teria o custo de US$ 58,5 bilhões em 2011, quando estaria totalmente implementado. A baixa taxa de natalidade é um dos principais desafios do Japão, que pode ver sua população diminuir em 25% até a metade do século. Segundo previsões oficiais, o total de pessoas com mais de 65 anos vai passar de 20% para 40% da população nesse período, enquanto o número de habitantes com menos de 15 anos diminuirá de 13% para 8,6%.

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