Desaparecidos na ponte passam de 30

Oficialmente há 4 mortos, mas polícia de Minneapolis diz que há mais corpos presos nos veículos e nos escombros

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Por Minneapolis e EUA
Atualização:

Mergulhadores vasculhavam o Rio Mississippi ontem em busca de corpos ainda presos em carros e nos escombros da ponte que desabou no fim da tarde de quarta-feira, na hora do rush. O número oficial de mortos permanecia em quatro (embora bombeiros tivessem falado inicialmente em sete), mas o chefe de polícia de Minneapolis, Tim Dolan, disse que mais corpos estavam na água. Mais de 50 veículos caíram no rio e a polícia informou que há mais de 30 pessoas desaparecidas. Funcionários de hospitais disseram que 79 pessoas ficaram feridas, 6 delas em estado grave. "Temos vários veículos que estão sob grandes pedaços de concreto e sabemos que há algumas pessoas dentro desses veículos", disse Dolan, acrescentando que o número de mortos deve aumentar bastante. Mergulhadores buscavam corpos e anotavam as placas dos veículos para que sejam identificados seus proprietários. A retirada dos veículos deve demorar dias. A profundidade da água no local do acidente é de até 4,3 metros. O Departamento de Segurança Interna assinalou que o desabamento não parece estar relacionado com terrorismo, mas a causa ainda não foi determinada. Segundo Mark Rosenker, diretor da Agência de Segurança Nacional nos Transportes, o primeiro passo na investigação federal será recuperar os pedaços da ponte e juntá-los, como um gigantesco quebra-cabeças, para determinar o que ocorreu. Rosenker estimou que sua agência levará "cerca de um ano" para divulgar um relatório final sobre a causa da queda. Ele disse que 19 engenheiros de pontes estão em Minneapolis para analisar o que pode ter ocorrido. O desastre foi filmado por uma câmera de segurança. A ponte de 20 metros de altura, 150 metros de extensão e 8 faixas, construída em 1967, estava sendo reformada. Esta semana, operários trabalharam nos guardrails, na iluminação e nas juntas da ponte, por onde passava uma rodovia interestadual. Na hora do acidente, 18 operários estavam aplicando uma camada de concreto em parte da pista, no que as autoridades disseram ser um projeto rotineiro de recapeamento. DEFICIÊNCIA ESTRUTURAL Em 2005, a ponte foi qualificada como "estruturalmente deficiente", indicou um relatório federal, acrescentando que possivelmente precisaria ser substituída. Em uma escala de 120 pontos para medir sua segurança, a ponte alcançou apenas 50 pontos. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, "isso não quer dizer que ela apresentasse risco de desabamento, mas sim que necessitava de uma inspeção que identificasse deficiências". A secretária federal dos Transportes, Mary Peters, explicou que essa categoria significa que a ponte deve ser vigiada, mas "não indica nenhum tipo de perigo". Apesar disso, a secretária recomendou que as autoridades de todos os Estados do país inspecionem imediatamente todas as pontes similares à que caiu no Mississippi. Snow disse que o Estado de Minnesota era o responsável por adotar medidas para corrigir as deficiências. Já o governador Tim Pawlenty declarou que "ninguém pediu que a ponte fosse fechada de forma imediata". Criticado pela demora em responder ao desastre provocado pelo furacão Katrina em 2005, o presidente George W. Bush disse ontem que o governo federal responderá de "forma enérgica" para ajudar as vítimas e reconstruir a ponte o quanto antes. A primeira-dama Laura Bush visitou ontem o local do acidente e Bush fará isso amanhã. A Comissão de Transportes do Congresso liberou US$ 250 milhões para a substituição da ponte.

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