LONDRES - A polícia de Londres confirmou nesta segunda-feira, 18, que um de seus ex-funcionários trabalhou anteriormente para o tabloide News of the World, pivô do escândalo de grampos telefônicos envolvendo jornais britânicos. As informações são do jornal The Guardian, que cita uma emissora local.
Segundo o jornal, trata-se de Alex Manchurak, que trabalhou na Scotland Yard como intérprete para ucranianos entre 1980 e 2000 e teria acesso a informações restritas da polícia durante esse período. O ex-oficial trabalhou para a sucursal do tabloide na Irlanda.
A polícia confirmou que Manchurak trabalhou nos dois locais. "Isso pode causar preocupações e reconhecemos que algumas profissões são incompatíveis com o cargo de um intérprete", afirmou a Scotland Yard em comunicado, acrescentando que analisaria o problema.
Manchurak é o segundo policial com os quais foram constatadas relações com os jornais da News International, empresa ligada à News Corp, do magnata australiano Rupert Murdoch. O primeiro descoberto foi Andy Hayman, detetive a cargo das investigações do caso. Ele trabalhou como colunista para o The Times em 2008 e reconheceu ter jantado com pessoas da News International, mas disse que as conversas não tiveram nada a ver com os grampos.
O escândalo, que estourou no início de julho, levou ao fechamento do tabloide News of the World e à demissão de integrantes do governo e da polícia britânica. Foram grampeados telefones de políticos, celebridades e vítimas de atentados da Grã-Bretanha e de outros países a pedido dos chefes dos jornais da News Corp para que os jornalistas conseguissem histórias exclusivas.