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Descoberto fóssil de 450 milhões de anos. E muito macho

Por Agencia Estado
Atualização:

Um fóssil de uma pequena criatura marinha, extraído de uma formação rochosa de 425 milhões de anos, na Inglaterra, é o mais velho fóssil inquestionavelmente macho conhecido, anunciaram pesquisadores. O animal, um novo membro de um amplo grupo de espécies conhecido como ostracódios, foi enterrado sob cinzas vulcânicas que se mineralizaram e retiveram uma imagem de partes de seu corpo mole. Esta única preservação permitiu aos pesquisadores reconstruir uma imagem em três dimensões altamente detalhada do animal , depois de desenterrar o fóssil de uma rocha em Herefordshire. Os detalhes revelados incluem guelras, olhos, membros destinados a nadar e o mais antigo órgão masculino conhecido em registro de fósseis. Foi este último detalhe anatômico que levou os cientistas a chama-lo Colymbosathon ecplecticos, que em grego poderia traduzir-se como ?espantoso nadador com imenso... (você sabe o que)?. ?O animal inteiro é surpreendente?, diz David Siveter, pesquisador da Universidade de Leicester, em seu estudo sobre a descoberta, o primeiro a aparecer esta semana na revista Science. Thomas M. Cronin, géologo do U.S. Geological Survey, explicou, numa entrevista, que a descoberta de Siveter e sua equipe ?é significativa por inúmeras razões?. Primeiro, segundo ele, o animal é o mais velho fóssil macho de que se tem registro e a espécime contém imagens de partes moles que só poderiam ser conjeturadas pela análise de outros fósseis de 425 milhões de anos. ?Qualquer fóssil com partes moles, do Siluriano (430 a 400 milhões de anos atrás) não é usual?, ele diz. ?Eles poderão dissecar e descrever aspectos que nunca vimos num fóssil.? Siveter e sua equipe usaram uma nova técnica que combina filmes-finos usados em circuitos integrados e dados de computador. Eles removeram a rocha que continha o fóssil e então cortaram lâminas extremamente finas dos restos. Cada fatia foi fotografada e gravada em computador. Assim, os pesquisadores foram capazes de reunir eletronicamente as lâminas e criar uma imagem em terceira dimensão do animal, com suas partes moles. Isto, segundo Cronin, nunca foi feito antes com um ser tão antigo. Parentes modernos do C. ecplecticos são encontrados em praticamente qualquer meio aquático na Terra, de oceanos profundos a lagoas. Eles são bivalves, mas não muito mais próximos a caranguejos e lagostas do que a ostras e mariscos. A maioria dos animais desse grupo alimenta-se de organismos mortos. O C. ecplecticos tem cerca de 0,5 cm em sua mais larga dimensão e seu corpo de partes moles lembra a dos parentes modernos.

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