Desdobramento militar de Trump na fronteira pode custar US$ 200 milhões até o fim do ano

Segundo o jornal ‘The Washington Post’, o custo ainda pode aumentar ‘significativamente’ se a missão se estender durante 2019

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O desdobramento de militares americanos na fronteira com o México em um processo iniciado em abril pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode custar ao governo mais de US$ 200 milhões até o final deste ano, segundo uma análise publicada neste sábado, 3, pelo jornal The Washington Post.

Os EUA têm desdobrados na fronteira 2,1 mil reservistas da Guarda Nacional Foto: US Air Force / SrA Alexandra Minor / AFP

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Trump afirmou nesta semana que pode elevar o número de militares deslocados à fronteira a até 15 mil, um contingente equivalente ao que os EUA mantêm no Afeganistão, para conter as duas caravanas com milhares de migrantes centro-americanos que atravessam o México para chegar ao território americano.

Segundo o Washington Post, que cita dados do Pentágono e estimativas de especialistas no orçamento de Defesa, o custo pode passar de US$ 200 milhões se os militares continuarem na fronteira no final do ano, e aumentar "significativamente" se a missão se estender durante 2019.

O número é relativamente pequeno em comparação ao orçamento anual do Pentágono, de US$ 716 bilhões, mas pode desequilibrar as contas em um momento no qual a Casa Branca quer que o Departamento de Defesa reduza suas despesas em US$ 33 bilhões para 2019.

Os EUA têm desdobrados na fronteira 2,1 mil reservistas da Guarda Nacional e já gastaram US$ 103 milhões para mantê-los desde o início da sua missão, em abril, até o fim de setembro, segundo dados do Pentágono. Manter esses reservistas até setembro de 2019, algo já autorizado pelo Departamento de Defesa, custará US$ 308 milhões, de acordo com projeções da agência.

Nesta semana, o governo Trump anunciou o desdobramento de 5,2 mil militares na fronteira, que neste caso são integrantes ativos das Forças Armadas e não reservistas, o que reduz o custo para os cofres públicos por não requerer pagamentos adicionais.

Se o contingente de militares na ativa for elevado em 8 mil, o custo para mantê-los até meados de dezembro deste ano seria de até US$ 50 milhões; se for 15 mil, como o presidente sugeriu, a conta chegaria a US$ 110 milhões, segundo os cálculos do Centro de Avaliações Estratégicas e Orçamentárias.

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Somados aos mais de US$ 150 milhões que custaria ter na fronteira os reservistas da Guarda Nacional até fim do ano, o valor total passaria dos US$ 200 milhões.

No entanto, Trump delineou seus planos em um contexto eleitoral, prévio às eleições legislativas de terça-feira, por isso não está claro se manterá de pé essa escalada militar na fronteira após o resultado das urnas. / EFE

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