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Desemprego nos EUA leva a alistamento recorde

Por AE
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Quando se formou na faculdade de Decoração e Fotografia, a americana Myeshia Townsend, de 23 anos, sonhava em trabalhar num escritório de arquitetura. Mas o tempo foi passando e ela não conseguiu arrumar emprego: candidatou-se a vagas de vendedora em loja, caixa de banco, assessora administrativa. Nove meses depois, ela tomou uma decisão radical - se alistou nas Forças Armadas dos EUA, seguindo os passos dos avós, veteranos da Marinha e do Exército. Agora, Myeshia está prestes a começar seu treinamento básico e tem grandes chances de acabar lutando no Afeganistão. "Pode ser uma boa escola para ganhar conhecimentos de gerência e relações pessoais e melhorar meu currículo para quando eu voltar", disse Myeshia ao jornal O Estado de S.Paulo. A crise econômica e o desemprego fizeram as Forças Armadas baterem todos os recordes de recrutamento neste ano fiscal, que terminou em setembro. Gente que jamais pensaria em entrar para o Exército formava uma fila de 2 quilômetros na última feira de carreiras das Forças Armadas, em Fort Mead, segundo o sargento Joseph Perdieu, recrutador do Exército. Essa foi a primeira vez, em 35 anos, que todos os ramos das Forças Armadas - Marinha, Exército, Força Aérea e Marines, da ativa e da reserva - cumpriram as metas de recrutamento e de qualidade dos recrutas. No ano fiscal de 2009 foram recrutados 168.968 para a ativa, 103% da meta, e 127.537 para a reserva (103,8% da meta). Mesmo assim, as Forças Armadas continuam sobrecarregadas. Dois anos atrás, a situação era oposta. O Departamento de Defesa se viu obrigado a reduzir seu nível de exigência para conseguir preencher as metas de recrutamento. Até pessoas que haviam sido presas por furto, embriaguez ou invasão de propriedade, homens com enormes tatuagens no pescoço e quarentões passavam pelo controle de qualidade do Exército. Entrar para as Forças Armadas é uma solução para muitos. Na aposentadoria, depois de 20 anos de serviço, o militar recebe 50% de seu salário-base, com assistência médica e odontológica para a família inteira - filhos, inclusive, até se formarem na universidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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