Despenca popularidade do linha-dura Sharon

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, perde rapidamente popularidade. Pesquisa do instituto israelense de opinião pública Dajaf, divulgada nesta sexta-feira, revela que 76% dos israelenses desaprovam o governo de unidade nacional chefiado por Sharon - líder do partido direitista Likud - e apenas 43% expressaram seu apoio ao primeiro-ministro. O levantamento indica que 53% da população perdeu a confiança em Sharon. Essa é sua maior queda de popularidade desde que foi eleito com 62,5% dos votos, há um ano, derrotando o ex-primeiro-ministro Ehud Barak, do Partido Trabalhista. Para 92% dos entrevistados, fracassou o governo de unidade nacional, no qual os principais parceiros do Likud são os trabalhistas e o partido ultraortodoxo Shas. Pior: 42% são a favor da antecipação das eleições gerais, previstas para o início de 2004, 30% querem a demissão do governo, e 26%, o rompimento da coalizão. O slogan de Sharon durante a campanha eleitoral foi "paz e segurança", só que em sua gestão o conflito no Oriente Médio se agravou e o número de baixas diárias entre os israelenses (embora bem menor do que as dos palestinos) é muito maior do que no período de Barak, quando ainda havia conversações de paz com a Autoridade Palestina (AP). Além disso, o país atravessa forte recessão econômica e tem mais de 10% da população desempregada - conseqüência da guerra e também da retração da economia dos EUA. Sharon teve seu prestígio mais abalado ainda depois que o secretário americano de Estado, Colin Powell, fez na quarta-feira uma dura crítica à sua política em relação ao conflito com os palestinos. Um dos mais prestigiados analista de assuntos militares de Israel, Zeev Shif, colunista do diário Haaretz, advertiu nesta sexta-feira que a ofensiva israelense das últimas 72 horas está arrastando a AP para o caos. Isso intensificará o derramamento de sangue entre os dois lados e finalmente levará Israel a voltar a ocupar as áreas da Faixa de Gaza e Cisjordânia que estão sob o controle da AP, disse Shif. "Esta não é uma guerra em defesa de nossos lugares, mas daqueles dos colonos", afirmou o professor Zeev Sternhal, catedrático de Ciências Políticas da Universidade Hebraica de Jerusalém, contestando os argumentos do governo de que os palestinos travam "uma guerra terrorista contra o Estado" de Israel.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.