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Destroços atingiram prédios vizinhos

Por Agencia Estado
Atualização:

Marie Caldwell havia acabado de se instalar na sua mesa de trabalho, no prédio do The Bank of New York do número 101 da Berkeley Street, quando uma explosão da torre norte do World Trade Center espalhou o caos em Wall Street e em todo o distrito financeiro de Nova York, que fica no extremo Sul da ilha de Manhattan. "As pessoas não sabiam direito o que estava acontecendo, o que havia causado a explosão", disse Marie. O prédio do The Bank of New York na rua Berkeley fica exatamente atrás do World Trade Center. "As pessoas ao meu lado se abraçaram e ficaram juntinhas. Todos com medo", contou. A segunda explosão minutos depois, causada pelo choque de um jatinho contra a torre sul, deflagrou um pânico e uma confusão generalizada, segundo Marie . "Pedras e destroços atingiram o nosso prédio. As pessoas corriam em todas as direções, esbarrando umas nas outras. Chorava muito, pois percebi que precisava fugir para algum lugar mais seguro", disse. Já Johanna Hollingshead, uma gerente da loja Claire ´s Accessories, que fica no terraço da torre norte do World Trade Center, estava em estado de choque ao fugir do prédio. "Vi pessoas se jogando da janela. Eu gritava: ´Não, não´. O fogo e a fumaça eram intensos. Não dá para esquecer essa tragédia", disse. Logo que aconteceu a segunda explosão, Johanna viu as pessoas descendo as escadas do World Trade Center. No desespero, algumas pessoas tropeçavam e eram pisoteadas na confusão. "Os policiais gritavam conosco para que deixássemos o prédio e evacuassemos o centro financeiro. Parecia um pesadelo que a gente vê nos filmes, mas eu estava no meio dele", afirmou. O operador de ADRs Andrew Schwartz, que não quis revelar o nome do seu banco de investimentos, disse que assim que a segunda explosão atingiu a torre sul do World Trade Center, o alarme de incêndiu soou no seu prédio, que fica na Water Street - um dos últimos prédios no extremo da ilha. "Paramos as negociações com os papéis e corremos para as escadas. Não deu tempo de levar nada comigo", disse Schwartz. A desempregada Celine Mallowes havia acabado de sair da estação de metrô das linhas 4 e 5 na Fulton Street, quando viu uma multidão correndo em debandada para todos os lados. "Eu estava a caminho de uma entrevista num escritório entre a Broadway e a Nassau Street, que fica a um quarteirão do World Trade Center, quando alguém gritou para mim: "Volte, corra, uma explosão!", contou Celine. Ela olhou para cima e viu uma nuvem preta de fumaça saindo do World Trade Center. Em seguida, uma nova explosão atingiu a outra torre. Celine tentou se abrigar no edifício mais próximo, porém o segurança estava ajudando as pessoas a evacuarem o prédio. Ela tentou voltar para o metrô, mas os funcionários estavam fechando a estação. Os ônibus também pararam o serviço no distrito financeiro de Nova York. "Vi muita gente seguindo a pé em direção a ponte do Brooklyn. Fui atrás das pessoas. Ao atravessar a ponte, olhava para trás e via muito fogo e fumaça. Foi horrível", contou.

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